“Esta testagem tem três parâmetros (dirigida, programada e oportunística) e segue as diretrizes da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da ‘task force’ da testagem”, disse o Ministério da Saúde, em resposta à Lusa sobre a estratégia de testagem a adotar neste reforço, anunciado hoje numa entrevista do secretário de Estado Adjunto, Lacerda Sales, ao Diário de Notícias (DN).
O Ministério da Saúde diz que este reforço da testagem será feito “onde existe um aumento mais intenso do Rt e da incidência”, como é o caso da Região de Lisboa e Vale do Tejo, na qual se pretende “testar um conjunto de segmentos fundamentais, como já aconteceu no passado: ensino, empresas e função pública”.
Na entrevista ao DN, Lacerda Sales reconhece que a testagem diminuiu “porque a incidência também diminuiu e, obviamente, que as pessoas tiveram menos propensão para testar”.
Sobre o reforço, diz que, para já, está a ser pensado para a Região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), “o que não quer dizer que não se venha a alargar a outras regiões e concelhos”.
“Mas o nosso foco está agora em LVT, porque também foi aqui que os valores subiram um pouco mais. (…) Vamos reforçar rapidamente a testagem na região e em algumas freguesias de Lisboa, com incidência maior, para travar novas cadeias de transmissão. É para avançar o mais rápido possível, de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde e da ‘task force’ para a testagem”, acrescentou.
Na sexta-feira, o Instituto Ricardo Jorge anunciou que Lisboa e Vale do Tejo apresentava um índice médio de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 de 1,11, sendo a única região de Portugal continental acima de 1.
De acordo com o relatório semanal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a evolução da curva da epidemia, o aumento do Rt – que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada – tem sido registado em todo o país desde 01 de maio, mas esta variação tem sido “mais acentuada” em Lisboa e Vale do Tejo.
Na última semana, o Rt na região de Lisboa e Vale do Tejo subiu de 0,95 para os 1,11.
As autoridades consideram que este aumento merece ser acompanhado com “atenção durante a próxima semana” e estimam que Lisboa e Vale do Tejo atinja 120 casos por cem mil habitantes dentro de 31 a 60 dias.
“O aumento dos valores do índice de transmissibilidade (Rt) deve ser acompanhado com atenção durante a próxima semana, pois pode sinalizar o início de um período de crescimento da epidemia”, refere o relatório divulgado na sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Na quarta-feira, a DGS disse à Lusa desconhecer a existência de surtos de covid-19 relacionados com os festejos da conquista do campeonato de futebol pelo Sporting, mas confirmou que a incidência de casos estava a crescer nas últimas duas semanas em Lisboa.
Em Portugal, morreram 17.017 pessoas dos 844.811 casos de infeção confirmados.
A doença covid-19 é provocada por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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