O presidente da ADSA, Liberto Mealha, congratulou-se, no entanto, por bares e discotecas de outras regiões do país poderem retomar a atividade com a reabertura anunciada hoje pelo Governo, no âmbito do plano de desconfinamento traçado para acompanhar uma evolução positiva da pandemia de covid-19.
“Mais vale tarde do que nunca, mas o que é facto é que, na verdade, sendo anunciado as discotecas a abrir em outubro, para nós Algarve não surte efeito nenhum, é mais um verão perdido, porque, sendo nós sazonais, em outubro a época praticamente está terminada e a decisão é muito prejudicial”, afirmou Liberto Mealha.
Numa reação ao anúncio feito hoje pelo primeiro-ministro, António Costa, no final do Conselho de Ministros, Liberto Mealha destacou a importância da medida para as empresas do setor que operam noutras regiões portuguesas.
“Para o resto do país, finalmente houve aqui esta abertura, embora já um bocado tarde, mas estou satisfeito pelos colegas que estão em Lisboa e Porto, que podem usufruir e continuar a trabalhar, agora aqui no Algarve não nos serve para nada esta decisão”, reiterou o presidente da ADSA, que é também vice-presidente da Associação Nacional de Discotecas.
Liberto Mealha lamentou que, com a abertura em outubro, 2021 seja “mais um ano perdido” à semelhança do que aconteceu em 2020, com efeitos negativos para o emprego e a saúde financeira das “cerca de 20 discotecas que matem atividade em todo Algarve”.
A mesma fonte sublinhou que cada discoteca tem “uma média de 20 a 25 empregados, algumas com mais, e são seguramente umas 500 famílias afetadas” pela impossibilidade de as discotecas algarvias trabalharem durante verão.
“Em relação ao resto do comércio, foi uma decisão acertada, porque na verdade já estávamos a ter muitos turistas a dizer que não valia a apena vir para Portugal ou para o Algarve com horários até as 22:30”, disse ainda a mesma fonte, frisando que este posicionamento também já estava a ser observado junto de turistas do Reino Unido, que “optavam por Espanha e não por Portugal por causa do horário”.
Os bares e discotecas vão permanecer encerrados até outubro, mês em que poderão reabrir para clientes com certificado de vacinação contra a covid-19 ou de recuperação da doença ou com teste negativo, anunciou hoje o primeiro-ministro.
Os espaços de diversão noturna estão encerrados permanentemente desde março de 2020 por causa da pandemia e poderão reabrir em outubro, quando as autoridades estimam que 85% da população portuguesa esteja com a vacinação completa contra a covid-19, disse António Costa.
O primeiro-ministro falava no final do Conselho de Ministros de hoje, que aprovou três novas fases de levantamento das restrições em vigor por causa da pandemia e de retoma gradual de algumas atividades, sendo a primeira fase em 01 de agosto (57% população vacinada), a segunda em 05 de setembro (71%) e a última em outubro (85%).
“Nessa fase será então possível que bares e discotecas possam reabrir”, disse António Costa, que acrescentou que os frequentadores terão de apresentar os certificados digitais e testes negativos, que são já agora pedidos na restauração.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.190.383 mortos em todo o mundo, entre mais de 195,8 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.330 pessoas e foram registados 963.446 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
LUSA/HN
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