Governo dos Açores pede maior articulação entre hospitais no combate a listas de espera

6 de Setembro 2021

O secretário regional da Saúde dos Açores, Clélio Meneses, anunciou hoje que deu orientações aos conselhos de administração para que haja uma maior articulação entre os três hospitais da região no combate às listas de espera.

“Há muita informação que não circula. Há situações em que os hospitais não têm conhecimento do que acontece no outro hospital, o que para mim é impensável. Até agora foi assim. O nosso propósito é criar este sistema onde todos dão um contributo para o todo regional, desde logo também no combate às listas de espera”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores.

Clélio Meneses falava em Angra do Heroísmo, no final de uma reunião de duas horas com os membros dos conselhos de administração dos três hospitais dos Açores: o Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira e o Hospital da Horta.

Segundo o governante, esta foi a “primeira de muitas” reuniões que o executivo vai promover com os conselhos de administração dos hospitais, para que haja uma maior articulação entre todos e partilha de recursos.

“É impossível que criemos, de facto, um sistema regional de saúde em que cada um está para seu lado. Os hospitais da região têm de ter um conjunto de ações e procedimentos e critérios que sejam uniformes e apenas com essa uniformização de critérios e procedimentos é que se conseguirá melhores respostas”, frisou.

Clélio Meneses reconheceu que algumas especialidades nos Açores têm listas de espera cirúrgicas de “três, quatro anos”, mas garantiu que a região tem “capacidade instalada”.

“É preciso é otimizar esses recursos, agilizar as soluções e colocar as respostas de cada um dos hospitais a resolver o problema integral da região”, sublinhou.

Para o governante, não faz sentido que um hospital recorra a entidades externas quando outro hospital do Serviço Regional de Saúde tem capacidade de resposta ou quando há possibilidade de deslocar médicos entre ilhas.

“Há hospitais que têm capacidade de recursos humanos, mas não têm capacidade física de salas de bloco disponíveis, há outros com salas de bloco disponíveis, mas sem os profissionais. É conhecendo tudo, trocando informação e dando uma resposta que seja geral e complementar em toda a região”, apontou.

Questionado sobre a redução das listas de espera, Clélio Meneses não definiu metas, nem datas, mas salientou que “nestes últimos meses tem havido uma grande evolução”.

“O nosso propósito é atenuar o máximo possível as listas de espera. Não temos um ‘timing’ porque também estamos a encontrar soluções”, frisou.

O executivo açoriano decidiu também “tentar de forma centralizada e comum encontrar sinergias” para reduzir a dívida dos três hospitais, que, em 31 de dezembro de 2020, “estava estimada em 150 milhões de euros”.

O secretário regional da Saúde disse que pretendia reduzir, até final de 2021, um “valor significativo” da dívida, sem quantificar.

“Não queria avançar com nenhum valor nesta fase. Estamos a fazer esse levantamento. Os credores terão outra abertura, consoante perceberem a capacidade de resposta da região e estamos neste momento num processo negocial, que envolve os credores e os hospitais”, observou.

LUSA/HN

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