Fundação para a Saúde pede um SNS transformado e fortalecido

18 de Junho 2020

A Fundação para a Saúde – Serviço Nacional de Saúde, defendeu hoje o reforço do investimento público na saúde, em pessoas, equipamentos, tecnologias e organização, dizendo que é preciso “transformar e fortalecer” o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Num comunicado, a Fundação, criada há quase uma década por quase sete dezenas de personalidades, entre as quais antigos ministros da Saúde e especialistas do setor, faz uma análise muito positiva da resposta do SNS à pandemia de covid-19 e diz que é o momento para o transformar e reforçar.

E o investimento, dizem os subscritores do documento, deve ser enquadrado numa visão estratégica, com objetivos, metas e procedimentos bem estabelecidos, com um novo quadro jurídico do estatuto do SNS, decorrente de uma nova Lei de Bases da Saúde, e que essa visão estratégica seja pelo menos a 10 anos.

Começando por afirmar que a pandemia de covid-19 mostrou o papel decisivo do SNS, que respondeu mesmo estando “fragilizado, fragmentado e delapidado em meios humanos e recursos materiais”, a Fundação acrescenta no comunicado que os resultados obtidos “radicam em grande parte no papel da saúde pública” e “nos cuidados de saúde primários”.

“Ora estes contributos, bastante invisíveis mas muito efetivos não estão a ter a atenção devida no que respeita às opções e prioridades de investimento no SNS, quando deveriam ser os alvos prioritários imediatos desses investimentos”, diz-se no comunicado, no qual se chama também a atenção para o “reforço criterioso e equilibrado dos cuidados de fim de linha”.

Alerta ainda a Fundação que o mundo mudou e que setores como o da Saúde passaram a ter “uma inegável importância”, que ações como literacia e promoção em saúde e prevenção melhoraram a saúde das pessoas, e que a atual organização do SNS “por silos verticais separados” é prejudicial.

“A integração de cuidados centrada nas pessoas e alicerçada na matriz comunitária exigirá a transformação do modelo organizativo e dos modos de gestão que se mantém inalteráveis há mais de 40 anos. Atravessamos uma oportunidade ímpar para a transformação necessária. Seria um erro colossal deixá-la passar”, defendem os responsáveis.

Sem nunca deixar de elogiar o SNS em tempos de pandemia. Se a nível mundial se falava da regra 80-15-5, que quer dizer 80% de casos ligeiros a moderados, 15% graves e 05% críticos, o padrão em Portugal foi de 95-4-1, atualmente “até mais favorável”, exemplifica-se no documento.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 450 mil mortos e infetou mais de 8,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.524 pessoas das 38.089 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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