Esta será a nona reunião técnica realizada no Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, em Lisboa, por iniciativa do primeiro-ministro, para partilha de informação, em que participam também o presidente da Assembleia da República e líderes de confederações patronais e centrais sindicais e ainda, por videoconferência, os conselheiros de Estado.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se com os presidentes dos municípios de Lisboa, Sintra, Amadora, Loures e Odivelas e anunciou medidas específicas para esta área metropolitana, entre as quais a reposição da proibição de ajuntamentos de mais de dez pessoas, encerramento do comércio às 20:00 e limites à venda bebidas alcoólicas e proibição do seu consumo em espaço público.
A última destas reuniões técnicas realizou-se há duas semanas, no dia 08 de junho, e no final o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que, a nível nacional, havia sinais de que as duas primeiras fases de desconfinamento não provocaram um agravamento do surto epidémico, mas sim “uma estabilização da descida, lenta” dos casos de covid-19.
Quanto ao aumento dos casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo Presidente da República, nessa reunião foi feita “uma análise muito cuidadosa daquilo se passa” e que parecia haver “uma subida retardada no tempo em relação a outras regiões”.
Marcelo Rebelo de Sousa procurou, no entanto, desdramatizar a situação, considerando que existia “uma perceção, quer dizer, uma compreensão pela opinião pública de um agravamento na região de Lisboa e Vale do Tejo que é superior ao agravamento efetivo”.
“Há aqui uma perceção que até é injusta para outras regiões, porque, quando temos a lista dos municípios com maior incidência de surto, nos primeiros dez não está nenhum município da região de Lisboa e Vale do Tejo”, argumentou, observando: “Já esquecemos o que houve no Norte e no Centro de forma muito, muito acentuada, em fases anteriores”.
Por outro lado, o chefe de Estado referiu que “o peso” da construção civil e do trabalho temporário os novos casos de covid-19 surgidos na região de Lisboa e Vale do Tejo era um ponto que estava “a ser explorado, no sentido de investigado” pelos especialistas.
Segundo o Presidente da República, estas e outras “pistas de reflexão” iriam “ser aprofundadas” e novamente abordadas na reunião de hoje, na qual se analisará “a evolução global nacional” dos casos covid-19 e “a evolução na região de Lisboa e Vale do Tejo” em particular.
A pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, atingiu 196 países e territórios e já fez mais de 470 mil mortos a nível global, segundo a agência de notícias francesa AFP.
Em Portugal, os primeiros casos foram confirmados no dia 02 de março e até agora morreram 1.540 pessoas num total de 39.737 contabilizadas como infetadas, de acordo com o relatório de terça-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os boletins da DGS divulgados entre 07 e 21 de junho indicam que neste período se registaram 4.440 novos casos de infeção com o novo coronavírus nos concelhos da Amadora, de Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra, o que corresponde a 50,2% do total de novos casos em Portugal.
LUSA/HN
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