O jornal Expresso avançou na quinta-feira as conclusões da primeira fase do inquérito serológico do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), segundo as quais há 300 mil pessoas que já foram infetadas pelo vírus SARS-Cov-2, que provoca a doença covid-19.
O número real de pessoas que já tiveram a doença é seis vezes superior ao número de casos confirmados, com teste positivo, pelas autoridades de saúde, refere o jornal, adiantando que o indicador é muito reduzido e segue a tendência já verificada noutros países europeus.
Questionada sobre estes resultados na conferência de imprensa diária sobre a covid-10, a ministra da Saúde não quis comentar, afirmando que teve conhecimento, através do INSA, que decorreu na quinta-feira uma reunião de peritos para discussão dos primeiros resultados, que só vão ser tornados públicos na próxima semana porque ainda está em fase final a análise estatística para consolidação dos dados.
“Neste momento, não vamos comentar qualquer informação que tenha sido antecipada por eventuais presentes na reunião, o que posso dizer é que este primeiro estudo transversal teve como objetivo principal estimar a extensão da infeção na população portuguesa”, disse a ministra.
Marta Temido adiantou que o trabalho de campo decorreu entre 21 de maio e 08 de julho, como estava previsto, tendo sido recrutados cerca de 2.300 participantes, com idades compreendidas entre os 12 meses e os 93 anos, distribuídos por todas as regiões de saúde do continente Açores e Madeiras.
Os testes foram feitos em 96 laboratórios e 18 hospitais do Serviço Nacional de Saúde parceiros neste inquérito serológico Nacional.
“Foi aplicado um questionário e neste momento é de facto a consolidação dos dados estatísticos que está a acontecer”, frisou.
O inquérito foi desenvolvido pelos departamentos de epidemiologia e de doenças infecciosas do INSA com o objetivo de avaliar a presença de anticorpos contra o SARS-CoV-2 na população residente e monitorizar a evolução ao longo do tempo.
Segundo o INSA, o “inquérito, de base populacional, prevê a realização de cinco estudos epidemiológicos transversais” para “também estimar a fração de infeções subclínicas e assintomáticas e monitorizar a evolução distribuição de anticorpos ao longo do tempo”.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 627 mil mortos e infetou mais de 15,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.712 pessoas das 49.692 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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