SIM afirma que apesar da “alta pressão coativa” os médicos nunca abandonaram os doentes do Lar de Reguengos de Monsaraz

19 de Agosto 2020

Em comunicado, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) aponta o dedo ao Governo e ao primeiro-ministro pela forma como os médicos do lar de Reguengos de Monsaraz foram tratados. O sindicato fala em “alta pressão coativa”, “assédio moral” e “deploráveis condições” no lar.

No documento divulgado esta terça-feira, o SIM dirige-se ao primeiro-ministro, António Costa, com tom de indignação pela forma como os profissionais de saúde colocados para trabalhar no lar de Reguengos de Monsaraz foram tratados.

No comunicado pode ler-se que os médicos que foram convocados administrativamente pelas hierarquias foram sujeitos “sob uma muito alta pressão coativa, que configura grave exemplo de assédio moral, para trabalhar nas deploráveis condições existentes no lar”. No entanto, os médicos “não se furtaram ao cumprimento de quaisquer deveres seus, laborais ou deontológicos, antes os honraram”.

O sindicato denuncia o cansaço sentido por todos estes profissionais. “Os médicos que se encontram exaustos no desempenho porfiado das tarefas assistenciais que sobre si impendem, esgotados no cumprimento de cargas de trabalho suplementar de períodos sucessivos de mais 6 e de mais 12 horas diárias, para além de todos os limites semanais e anuais a que estão obrigados  nos termos da lei e das convenções coletivas de trabalho em vigor, não faltaram à chamada nem abandonaram os seus doentes, defenderam-nos”.

O SIM exige ao Governo e ao primeiro-ministro, António Costa a resolução das “gravíssimas lacunas materiais e humanas do setor da saúde em vez de propalar inverdades e juízos preconceituosos contra quem, ao longo de centenas de jornadas de trabalho, tem dado o seu melhor e garantido uma prestação de cuidados da maior qualidade, o que tanto nos honra.”

O surto de Covid-19 detetado no dia 18 de junho no Lar de idosos de Reguengos de Monsaraz, detetado em 18 de junho infetou 162 pessoas, maioritariamente utentes e funcionários, provocando a morte de 18 pessoas, entre as quais 16 utentes, uma funcionária do lar e um homem da comunidade.

PR/HN/Vaishaly Camões

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