Sindicato diz que redução de professores contratados na Madeira põe em causa medidas de contenção

7 de Setembro 2020

O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) considera que a redução do número de docentes contratados na região para o ano letivo 2020/2021, que arranca entre esta segunda-feira e 17 de setembro, coloca em causa algumas medidas contra a Covid-19.

“Para nós, ainda que fosse um número de professores [contratados] igual ao do ano passado era insuficiente, porque estão recomendadas medidas que implicam mais docentes nas escolas”, disse à agência Lusa o coordenador do SPM, Francisco Oliveira.

O sindicalista aponta para uma redução de 20 professores contratados face ao ano letivo 2019/2020, que, segundo dados da Secretaria Regional da Educação, arranca com 6.200 docentes colocados, dos quais cerca de 95% têm vínculo permanente à Região Autónoma da Madeira.

“Podemos dizer, sem receio nenhum de errar, que são necessárias mais umas dezenas de professores, além dos 20”, afirmou Francisco Oliveira, sublinhando que tudo depende do serviço que as escolas querem prestar no apoio aos alunos tendo em conta as medidas de contenção da pandemia de Covid-19.

O SPM justifica a necessidade de mais professores nas escolas do arquipélago considerando que o número de alunos por turma deve ser menor, no sentido de garantir o distanciamento físico recomendado.

Por outro lado, o ensino à distância implementado no ano 2019/2020 gerou “atrasos” numa percentagem significativa da população estudantil, pelo que “é preciso ter mais professores para ajudar os alunos a recuperar em pequenos grupos”.

Francisco Oliveira alertou também para a necessidade de salvaguardar os grupos de risco ao nível dos estudantes, com recurso a professores contratados para os acompanhar em aulas à distância, e sublinhou a importância da educação física, cujas aulas não podem envolver turmas grandes.

“Com esta redução do número de professores, tudo isto está em causa”, disse, reforçando: “Sem o número necessário de professores, outra consequência é a sobrecarga de trabalho dos que estão ao serviço.”

O Sindicato dos Professores da Madeira defende, no entanto, que o ensino deve ser presencial e apoia várias medidas adotadas pela Secretaria Regional da Educação, como o uso obrigatório de máscara a partir do 1.º ano do 1.º ciclo e a testagem de todos os docentes e funcionários dos 130 estabelecimentos de ensino da região.

“Mas, ficando um grupo tão grande da comunidade educativa de fora, que são os alunos, parece-nos que é insuficiente”, alertou.

Na Região Autónoma da Madeira, o ano letivo 2020/2021 envolve cerca de 42.000 alunos, menos 1.800 do que no ano passado.

LUSA/HN

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