Segundo os dados preliminares do relatório entregue pelo grupo de trabalho à tutela e hoje apresentados no Fórum do Medicamento, o modelo sugerido para dispensa de proximidade prevê que a gestão do processo seja exclusivamente das farmácias comunitárias no caso de 10 medicamentos oncológicos, designadamente para o cancro de mama e próstata, abrangendo cerca de 32.000 doentes.
Todos os outros medicamentos que os doentes habitualmente têm de levantar no hospital poderiam ser levantados em unidades de cuidados de saúde primários, hospitais de proximidade ou nas farmácias comunitárias, mas sempre com o hospital que segue o doente a fazer a gestão do processo. Podem ainda ser enviados para casa do doente.
As propostas do grupo de trabalho, criado em julho, foram transformadas num relatório, um documento que seguirá para consulta pública para recolher contributos.
Como recomendação para garantir o bom funcionamento deste modelo de dispensa de proximidade, o grupo de trabalho sugere a melhoria dos sistemas de informação, para tornar segura e ágil a partilha de informação.
Para garantir a equidade do acesso ao modelo de dispensa de proximidade de medicamentos que os doentes têm de levantar nos hospitais, o grupo trabalho sugere que sejam definidos grupos prioritários como os doentes com situação clínica estável, com boa adesão terapêutica, assim como boa adesão às consultas, os doentes com mobilidade reduzida e os que as suas condições sócio económicas não permitam fazer a deslocação necessária para levantar o medicamento no hospital.
As propostas do grupo de trabalho foram apresentadas no Fórum do Medicamento por Cláudia Furtado, do Infarmed.
O grupo de trabalho é composto por 17 farmacêuticos, dois médicos e um administrador hospitalar.
Segundo um estudo também apresentado hoje no Fórum do Medicamento, um em cada quatro doentes que na pré-pandemia de covid-19 levantava a medicação no hospital passou a recebê-los em casa ou a levantar na farmácia do bairro, uma situação que em muitos casos trouxe poupanças superiores a 15 euros.
Segundo o estudo, feito a pedido da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), das pessoas que antes do confinamento faziam o levantamento através do modelo hospitalar, 23,2% mudaram para o modelo de proximidade durante o confinamento e mantiveram-se no pós-confinamento.
O conforto, a poupança e a rapidez foram as principais razões que levaram estes doentes a optar por uma entrega de proximidade. Antes do confinamento, mais de metade (55%) tinham que faltar ou tirar dias de férias no trabalho para conseguir ir levantar a medicação no hospital.
Os dados apresentados indicam que cada utente que mudou para o modelo de proximidade poupou em média 112 quilómetros em deslocações (ida e volta) e que as poupanças financeiras ultrapassaram os 15 euros nalguns casos.
Ao todo, 28,6% dos utentes que mudaram para o modelo de proximidade “gastavam, antes do confinamento e no modelo hospitalar, mais de 20 euros em deslocações. Ao passarem para o modelo de proximidade, 92% passaram a gastar menos de cinco euros”, refere o documento.
LUSA/HN
Sinceramente, não percebo qual a necessidade de criar uma nova infraestrutura de raíz dentro dos Centros de Saúde em termos de recursos humanos, de instalações e logistica.
Quais problemas em termos de custos acrescidos, pressão orcamental, e stress de funcionamento ?
Quando foi necessário em semanas as Farmácias de Oficina, os Farmacêuticos que lá trabalham, as suas cadeias logísticas, colocaram em funcionamento um processo de dispensa de proximidade que correu bem, e com um custo marginal e um elevado grau de satisfação dos utentes.
Virem-me agora propor um modelo para uma espécie de actividade profissional de segunda só para meia dúzia de produtos com critérios puramente arbitrários, não me faz sentir confortável em aderir a esse modelo, nem como profissional nem como contribuinte…