Em comunicado, o presidente da câmara afirma que “a inclusão dos não residentes” para o cálculo dos infetados “sem serem considerados no grupo da população total” desvirtua “a realidade de Vila do Bispo” e poderá colocar o município “em elevado risco durante muito tempo”.
“Se a situação epidemiológica se mantiver e o Governo continuar a incluir os não residentes apenas em parte do cálculo, podemos chegar ao absurdo de termos mais gente infetada que população residente” afirma Adelino Soares.
Segundo o autarca “é incompreensível a razão de não ter sido mantido o regime de exceção previsto na Resolução do Conselho de Ministros” de 2 de novembro que exclui “territórios de baixa densidade” e os que apresentam um “foco epidemiologicamente bem determinado”.
Defendendo que Vila do Bispo é um “destino de férias” com “trânsito ocasional de pessoas sem qualquer tipo de rastreio à entrada no concelho” e que são contabilizados “os casos positivos relativos a não residentes/turistas, sem se tratar de contágios na comunidade” reforça o “desagrado” e declara que a “respetiva fundamentação” já foi reportada ao Governo.
“Não podemos aceitar que no numerador da fórmula se promova a ‘naturalização’ dos casos positivos relativos aos cidadãos não residentes, enquanto no denominador da mesma fórmula se utilize estritamente a população residente, sem tomar em linha de conta a população flutuante”, defende.
Adelino Soares termina apelando ao sentido de responsabilidade da população de Vila do Bispo, que “soube e saberá respeitar as normas instituídas”.
O Governo anunciou na quinta-feira uma atualização da lista dos concelhos com risco elevado de contágio, que passa de 121 para 191 municípios, entre os quais mais sete do Algarve – Faro, Albufeira, Portimão, Lagos, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António, que se juntam a São Brás de Alportel.
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) considerou esta sexta-feira que a região é prejudicada pela contagem da população para a definição dos municípios com alto risco de contágio por covid-19, por não estarem incluídos todos os estrangeiros residentes.
De acordo com António Pina, o Algarve “não pode continuar a ser visto” como uma região com uma população de 450 mil habitantes, mas sim com 600 mil habitantes, “porque é isso que na verdade existe”, aludindo aos cidadãos estrangeiros que habitam no Algarve, mas não estão registados como residentes.
LUSA/HN
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