Ginásios recusam que estes locais aumentem o risco de contágio

20 de Novembro 2020

A associação que representa os ginásios (Portugal Activo | AGAP) qualificou esta sexta-feira como alarmista o estudo que refere que a frequência destes espaços representa um risco acrescido de contágio pelo novo coronavírus.

O estudo revelado “é alarmista e, de acordo com os dados de outros estudos credenciados que temos, é infundado. Todos os estudos a nível mundial, realizados até ao momento, revelam que a taxa de utentes infetados é de apenas 0,28% na maioria dos países, pelo que contrariam a tese avançada para o domínio público”, afirma hoje a associação que representa os ginásios em Portugal.

Frequentar ginásios ou viver em casas mais lotadas são fatores de risco acrescido de infeção com o novo coronavírus, ao contrário da utilização de transportes públicos, espaços comerciais e de restauração, revela um estudo divulgado na quinta-feira durante uma reunião de peritos e políticos sobre a epidemia de Covid-19 em Portugal.

O estudo foi apresentado por Henrique de Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

O estudo foi realizado na região de Lisboa e Vale do Tejo e envolveu 782 pessoas infetadas com o SARS-Cov-2, o coronavírus que provoca a doença Covid-19, e a recolha de informação ocorreu entre 02 de outubro e 06 de novembro. O estudo refere que quase metade dos infetados (47,6%) tinham frequência do Ensino Superior e uma grande maioria disse que ia ao ginásio pelo menos uma vez por semana (96,5%).

Numa nota de esclarecimento hoje enviada às redações, a AGAP refuta os resultados preliminares divulgados pelo estudo, reforçando que “os ginásios são locais seguros” e que “dispõem das condições adequadas para a salvaguarda da saúde dos seus utilizadores”.

“As medidas de segurança adotadas, os investimentos realizados, os cuidados adotados pelos utilizadores e a apertada supervisão por parte dos colaboradores dos ginásios são a melhor garantia para que estes espaços possam ser utilizados com segurança e tranquilidade”, sublinha a associação.

A AGAP lembra ainda que “as conclusões deste estudo contrariam outras apresentadas recentemente pelo governo” e destaca um outro estudo, do Advanced Wellbeing Research Centre, da Universidade de Sheffield Hallam, no Reino Unido, e da Universidade Rey Juan Carlos, em Espanha, “que dá conta de que ginásios, clubes de fitness e instalações de lazer são locais com níveis de transmissão de Covid-19 extremamente baixos”.

Apoiada na opinião da Ordem dos Médicos, que referiu recentemente que “a prática de exercício físico é extremamente importante para que os cidadãos se mantenham saudáveis”, a AGAP reitera que “todos os estudos, bem como o consenso científico e da comunidade médica, indicam que os benefícios do exercício físico são reconhecidos por fortalecerem o sistema imunitário” e que “nesse domínio, os ginásios são fundamentais para que os cidadãos possam praticar exercício físico, fortalecendo assim as suas defesas naturais para combater infeções”.

LUSA/HN

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