Cabo Verde inaugura primeiro laboratório privado que pode fazer 1.500 testes por dia

8 de Dezembro 2020

O primeiro-ministro cabo-verdiano inaugurou hoje o laboratório de teste de despiste da covid-19, o primeiro privado no país que vai fazer até 1.500 análises por dia e abre a possibilidade de baixar os preços.

A unidade de testes da empresa de produção de medicamento Inpharma, situada na zona industrial de Tira Chapéu, na cidade da Praia, foi inaugurada dois meses depois da assinatura de um protocolo de cooperação com o Ministério da Saúde e da Segurança Social.

Ulisses Correia e Silva salientou o investimento feito em colaboração e em parceria, que se realiza em prol da saúde dos cabo-verdianos e da economia do país.

“Dotamos assim o país de maior capacidade de testagem, com qualidade, fiabilidade e maior rapidez”, afirmou, considerando que isso é importante nesta fase de combate à covid-19.

“Para que possam reforçar todos os meios para que, não só tenhamos capacidade acrescida de resposta aos testes, mas possa ser um sinal também para podermos baixar o nível de transmissão”, sustentou.

Ainda segundo o chefe do Governo, a abertura do novo laboratório é um “bom contributo” para posicionar Cabo Verde como um “destino seguro” do ponto de vista sanitário, algo que quer “reforçar ainda mais”.

Ulisses Correia e Silva reconheceu ainda o “esforço adicional” da Inpharma para montar o laboratório num espaço de dois meses, além do seu negócio normal. “É muito mais do que negócio, é um compromisso para com o país”, referiu.

O presidente da Inpharma, Joaquim Vieira Coimbra, disse que inicialmente o laboratório foi projetado para fazer 350 testes em cada período de oito horas, o que permitia ter uma capacidade de 1.050 testes por dia, mas após as montagens concluiu-se que os equipamentos podem atingir 500 testes em oito horas, podendo assim analisar 1.500 amostras por dia.

O trabalho, que se inicia na quarta-feira, vai ser feito por seis técnicos do laboratório, num investimento em obras e equipamentos de 35 milhões de escudos (317 mil euros) e mais 17 milhões de escudos (154 mil euros) em consumíveis que permitem fazer 9.000 testes.

 “É para repor se houver necessidade, e esperamos que não seja necessário”, perspetivou o presidente da empresa de capital privado e com uma participação do Estado em 40%.

 Com o novo laboratório, Joaquim Vieira Coimbra garantiu que a intenção da Inpharma é baixar os preços dos testes de forma substancial, cujos valores ainda não estão definidos, mas que serão “afinados” com o Governo, através da Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS).

 O laboratório PCR da Inpharma pretende passar a fazer todos os testes recolhidos pelos laboratórios de análises clínicas que o solicitam. “A nossa abertura é total”, afirmou, perspetivando uniformizar os preços dos testes, fixado em máximo de 14 mil escudos (127 euros).

Além dos testes PCR, o presidente disse que o laboratório da Inpharma terá outras valências possíveis, nomeadamente na segurança alimentar, e vem juntar-se aos públicos na Praia, São Vicente e Sal que têm realizados os testes de despiste da covid-19 em Cabo Verde.

Até segunda-feira, Cabo Verde tinha um acumulado de 11.098 casos positivos de covid-19 desde 19 de março, dos quais 109 óbitos, dois transferidos e 10.676 os casos recuperados, correspondendo a 96% do total de casos acumulados já notificados.

A pandemia já provocou pelo menos 1.545.320 mortos resultantes de mais de 67 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

LUSA/HN

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