“Somos tecnicamente capazes de entregar uma nova vacina em seis semanas”, disse o cientista e empresário Ugur Sahin, do laboratório alemão BioNTech.
“Em princípio, a beleza da tecnologia de RNA mensageiro é que podemos começar diretamente a projetar uma vacina que imite completamente a nova mutação”, acrescentou o responsável, durante uma conferência de imprensa em Mainz (oeste de Alemanha), um dia depois do sinal verde das autoridades europeias para distribuir na União Europeia a vacina que o laboratório desenvolveu com a Pfizer.
A BioNTech diz-se confiante de que a vacina contra o coronavírus funcione no caso da nova variante detetada Reino Unido, mas sublinha que são necessários mais estudos.
A variante, detetada principalmente em Londres e no sudeste da Inglaterra nas últimas semanas, gerou preocupação em todo o mundo por causa dos indícios de que se pode espalhar mais facilmente.
Embora não haja qualquer indicação de que causa formas mais graves da doença, vários países na Europa estão a restringir as viagens do Reino Unido.
“Não sabemos, de momento, se a nossa vacina também é capaz de fornecer proteção contra essa nova variante”, disse Ugur Sahin, acrescentando: “Mas, cientificamente, é altamente provável que a resposta imunológica por esta vacina também possa lidar com as novas variantes do vírus”,
Sahin disse que as proteínas na variante detetada no Reino Unido são 99% idênticas às da estirpe inicial e, portanto, a BioNTech tem “confiança científica” de que a sua vacina será eficaz.
“Mas saberemos apenas se testarmos e precisaremos de cerca de duas semanas a partir de agora para obter os dados”, disse.
Contudo, o responsável da BioNTech considerou ainda que a probabilidade de que vacina que desenvolveram com a Pfizer funcione “é relativamente alta”.
Se a vacina precisar de ser ajustada para a nova variante, a empresa garante que o poderá fazer em seis semanas, embora os reguladores possam ter de aprovar as alterações antes de as vacinas serem usadas.
A vacina da BioNTech, desenvolvida em conjunto com a farmacêutica norte-americana Pfizer, está autorizada para uso em mais de 45 países, incluindo a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a UE.
LUSA/HN
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