“Os surtos são muito significativos, um bocadinho o que era esperado, mas com o crescendo a situar-se mais nos funcionários do que nos utentes”, disse Manuel Lemos, quando questionado sobre o quadro pandémico nos lares após o alívio das restrições de contactos sociais na quadra natalícia.
Prometendo números globais para sexta-feira, o dirigente adiantou os casos específicos de duas instituições, uma delas gerida diretamente pela UMP, onde a relação de infetados é de um utente para cinco funcionários, num dos casos, e de um para oito, no outro.
“Estamos perto da meta”, a imunização pela vacina, “pelo que não podemos deixar ‘cair’ todas as precauções e devemos até reforçá-las”, apelou o dirigente da estrutura que agrupa lares para 37 mil utentes e onde já se registaram cerca de 600 óbitos.
“Pedimos que se controlem. Se tiverem dúvidas não vão às instituições. Na dúvida, peçam testes”, acrescentou.
O apelo para “não baixar a guarda” foi subscrito pelo presidente da Confederação Nacional da Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, que sublinhou a expectativa que deposita no processo de vacinação.
“Não é a resolução de todos os problemas mas é uma janela de esperança”, assinalou o sacerdote católico.
Segundo Lino Maia, os últimos dias foram marcados nos lares de instituições associados à CNIS pela estabilização dos contágios.
“Não tem havido grandes alterações. O que era problemático, mantém-se”, disse o líder da CNIS, que agrupa quase 900 instituições responsáveis pelo acolhimento de 45 mil idosos.
Diversos surtos foram registados após o Natal em lares de idosos, como no da Santa Casa da Misericórdia de Meda, que atingiu 65 utentes e 26 funcionários.
Já em Vila do Conde, Porto, um surto de infeções no lar da Ordem Terceira de S. Francisco matou cinco idosos, além de infetar 87 outras pessoas, entre utentes e funcionários.
O registo dos últimos casos inclui, entre outros, um surto de coronavírus no lar Palácio D’El Rei, no concelho de Óbidos, que infetou 34 utentes e nove funcionários e provocou a morte de dois idosos.
Portugal soma hoje mais 73 mortes por covid-19 e 3.384 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que estão internadas 3.044 pessoas, mais 186 do que no sábado, das quais 500 nos cuidados intensivos (+8).
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 7.118 mortes e 427.254 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 77.601, mais 926 do que no sábado.
LUSA/HN
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