Duas mil pessoas em “cadeia de luz humana” em França de apoio a prisioneiros bascos

10 de Janeiro 2021

Cerca de 2.000 pessoas reuniram-se este sábado à noite em Bayonne (sudoeste de França) para uma "cadeia de luz humana" de dois quilómetros em apoio aos prisioneiros bascos, segundo um correspondente da AFP.

Com guarda-chuvas brancos brilhantes na mão, cantando o ‘slogan’ “Euskal presoak etxera” em basco (“Prisioneiros bascos em casa”), os manifestantes espalharam-se ao longo das margens do rio Nive, que corta a cidade em duas, respondendo ao apelo do movimento pacifista Bake Bidea.

Esta cadeia humana substituiu a tradicional manifestação anual que percorre a cidade, por causa da pandemia. É uma “modo de manter o tema dos prisioneiros bascos sobre a mesa e mostrar que estaremos atentos às decisões futuras”, disseram os organizadores, na véspera desta mobilização.

A marcha de 11 de janeiro de 2020 contou com entre 7.000 e 10.000 pessoas.

A obtenção, no final de outubro, da medida de prisão domiciliária antes da libertação condicional de Frédéric “Xistor” Haramboure, 66 anos, ex-membro de um comando da ETA, após mais de 30 anos de prisão, “foi uma esperança”, disse Michel Berhocoirigoin, membro dos “Artesãos da Paz”, que estão a trabalhar para alcançar um processo de paz no País Basco.

“Mas é um banho frio, com a decisão, tomada na quinta-feira, de prender novamente Mikel Barrios”, acrescentou o ativista.

Barrios, 32 anos, foi libertado em outubro, aguardando um novo julgamento, após ter sido condenado em junho. Na quinta-feira, o Tribunal de Recurso de Paris confirmou a sua sentença em primeira instância, de cinco anos de prisão, por pertencer à organização separatista ETA.

Após a abertura das negociações com o Governo francês, mas sobretudo com o desarmamento da organização, a 08 de abril de 2017, e o anúncio da sua dissolução um ano depois, após 60 anos de existência, os ativistas pedem a libertação imediata dos detidos, que se encontram presos há 30 anos ou gravemente doentes, como Jakes Esnal, Ion Kepa Parot ou Ibon Fernandez Iradi.

Até à data, 32 antigos membros da ETA ainda estão detidos em prisões francesas.

Este sábado, simultaneamente no País Basco espanhol, mais de 200 comícios foram organizados pelo movimento “Sare”, que faz campanha pela libertação dos 200 antigos membros da ETA presos em Espanha.

LUSA/HN

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