Pedro Tavares disse à agência Lusa que os setores do pronto a vestir, do retalho e do calçado “vão ser seriamente penalizados” com o confinamento que entrou hoje em vigor, “porque abriram o período de saldos”.
“Sendo [os comércios] obrigados a fechar um mês, irá passar a oportunidade para os comerciantes venderem o resto das coleção e irão ter de ficar com elas, porque daqui a um mês ninguém irá comprar nada referente ao inverno. Esse é um problema gravíssimo”, justificou.
Já para o setor da restauração, o presidente da associação empresarial NERGA prevê um cenário “desastroso”.
“Neste momento, com esta obrigatoriedade de encerramento, vai ser complicadíssimo. É mais um mês [em que o setor vai estar] confinado. O Governo tem estado a apoiar o máximo que pode, mas a verdade é que uma coisa é receber apoios e outra coisa é as pessoas estarem a trabalhar, o que dava para irem vivendo”, disse.
Pedro Tavares admite que no futuro haverá “situações complicadíssimas para os empresários” da região da Guarda, no interior do país.
“A longo prazo, outros setores que trabalham para a restauração e para o comércio irão também ser afetados”, vaticina.
O responsável entende que “os números da pandemia são piores que nunca” e são necessárias medidas, “mas a verdade é que vai haver faturas muito altas a pagar por certos setores da economia”.
O decreto do Governo que regulamenta o novo estado de emergência devido à pandemia de covid-19, em vigor entre as 00:00 de hoje e as 23h59 de 30 de janeiro, determina o encerramento de espaços e estabelecimentos comerciais.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.979.596 mortos resultantes de mais de 92,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.384 pessoas dos 517.806 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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