Cerca de 90% dos profissionais de saúde dos hospitais privados não foram vacinados

27 de Janeiro 2021

Cerca de 90% dos profissionais de saúde dos hospitais privados ainda não foram vacinados contra a covid-19, nem sabem quando vão receber o fármaco, alertou hoje o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP).

“O total de profissionais de saúde vacinados nos hospitais privados ronda os 1.700 ao dia de hoje. Estamos a falar de cerca de 90% do pessoal de saúde que ainda não foi vacinado e, pior do que isso, não sabe quando é que vai ser”, afirmou Óscar Gaspar.

Ouvido na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, o responsável da APHP assegurou que esta situação é motivo de “grande preocupação neste momento”.

“Há alguma perturbação e até indignação de muitos profissionais porque sabem que são considerados como de primeira linha, na primeira fase de prioridade de vacinação, e a verdade é que não só não receberam [a vacina], como não lhes foi dito ainda quando é que a podiam tomar”, considerou Óscar Gaspar.

Um médico “não é diferente por ter um vínculo com o Serviço Nacional de Saúde ou com qualquer outra entidade”, defendeu o presidente da APHP, para quem em causa está a segurança dos profissionais de saúde e dos próprios utentes dos hospitais privados.

Óscar Gaspar garantiu ainda aos deputados que os hospitais privados já manifestaram ao Ministério da Saúde que estão disponíveis para “participar no esforço” de vacinação dos portugueses contra a covid-19.

“Há centenas de milhares de portugueses que não têm médico de família, há muitos portugueses que têm como primeira porta no sistema de saúde os hospitais privados”, alegou.

Portugal registou hoje 293 mortos relacionados com a covid-19, um novo máximo diário desde o início da pandemia, e 15.073 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Hoje é o segundo dia com maior número de novos casos diários de infeção. O valor mais alto foi atingido em 23 de janeiro, quando as autoridades registaram 15.333 casos de infeção em 24 horas.

O boletim epidemiológico revela também que estão internadas 6.603 pessoas, mais 131 em relação a terça-feira, o que representa um máximo diário de internamentos, das quais 783 em unidades de cuidados intensivos (mais 18 nas últimas 24 horas).

LUSA/HN

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