Vacina Oxford-AstraZeneca menos eficaz contra variante da África do Sul

7 de Fevereiro 2021

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca oferece proteção limitada contra a variante detetada na África do Sul, indicam resultados preliminares de um estudo que será publicado na segunda-feira.

A pesquisa realizada por especialistas das universidades de Oxford e da sul-africana de Witwatersrand – cujas descobertas foram avançadas, no sábado, pelo jornal britânico Financial Times – mostrou que a vacina tem uma eficácia limitada contra essa mutação.

A variante do coronavírus SARS-CoV-2 detetada na África do Sul (chamada B1351) é uma das que mais preocupam atualmente os cientistas, juntamente com as identificadas no Reino Unido (B117) e no Brasil (B1128).

No Reino Unido foram detetados mais de cem casos de infeções com a variante B1351.

Um porta-voz da AstraZeneca esclareceu à imprensa local que nesta “pequena fase I / II do ensaio clínico, os resultados preliminares mostraram eficácia limitada contra sintomas leves e moderados causadas principalmente pela variante sul-africana B1351”.

A farmacêutica indicou que ainda não foi capaz de determinar adequadamente se a vacina evitaria a doença de uma forma mais grave e hospitalizações causadas pela mutação, já que a maioria dos participantes – 2.000 pessoas – eram na sua maioria adultos jovens e saudáveis.

Contudo, o porta-voz adiantou que existe a confiança de que oferece proteção contra casos graves, pois cria anticorpos neutralizantes semelhantes aos de outras vacinas.

Na sexta-feira, o investigador-chefe dos testes de vacinas Oxford-AstraZeneca, Andrew Pollard, revelou que essa mesma preparação é eficaz no combate à variante detetada no Reino Unido.

No mesmo dia, representantes do serviço de saúde britânico indicaram que os exames para rastrear na Inglaterra a variante detetada na África do Sul podem levar até duas semanas.

O Reino Unido continua a avançar com o seu programa nacional de vacinação em direção à sua meta de imunizar 15 milhões de cidadãos até ao próximo dia 15.

Até ao momento, mais de 11 milhões de pessoas já foram vacinadas.

De acordo com os últimos dados oficiais, o país registou 18.262 novas infeções e 828 mortes pelo vírus, elevando o número total de mortes para 112.192 desde o início da pandemia.

Portugal deverá receber as primeiras doses desta vacina na próxima terça-feira.

Uma dezena de países estão a desaconselhar a administração da vacina contra a doença covid-19 do laboratório AstraZeneca a pessoas com mais de 65 anos, mas em Portugal ainda não foi emitida qualquer recomendação.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.299.637 mortos resultantes de mais de 105 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, a pandemia provocou 13.954 mortos, em 761.906 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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