Quando a situação pandémica aliviar, o mercado melhora e, automaticamente, volta a gerar-se emprego, mas não ao mesmo ritmo para pessoas com e sem deficiência, afirmou a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, no âmbito do Ciclo de Conversas “Fique em Casa”, da empresa municipal MatosinhosHabit, em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto.
“O número de pessoas com deficiência inscritas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) subiu, uma realidade que nos preocupa porque não é um emprego com o mesmo grau de flutuação, não é tão automático como para pessoas sem deficiência”, frisou.
Os números do desemprego para pessoas sem e com deficiência não se recuperam com a mesma simplicidade porque não funcionam com a mesma linearidade, explicou.
Ana Sofia Antunes abordou ainda o ensino à distância, decidido pelo Governo para conter os contágios, sublinhando que, se para qualquer criança ter aulas em casa está a ser um desafio, mais ainda se verifica em alunos com deficiência.
“O trabalho à distância não é fácil de operacionalizar e de fazer, trabalhar à distância com uma criança com deficiência visual não é a mesma coisa do que trabalhar com uma criança que vê porque grande parte da informação que trocamos com ela tem suporte visual e isso é um desafio”, disse.
A governante ressalvou ainda que a capacidade de foco e concentração perante o ecrã de um computador por parte de crianças com défice cognitivo e intelectual não é comparável àquele que existe de forma presencial.
Ana Sofia Antunes adiantou que as crianças com deficiência estavam preparadas porque a tecnologia faz parte da sua formação.
Neste segundo confinamento geral, depois de um primeiro em 2020, a secretária de Estado assumiu que quis garantir “o mais possível” respostas educativas de retaguarda para as crianças com deficiência, mesmo estando as escolas encerradas.
“Os centros de recursos para a inclusão receberam instruções expressas de que as terapias se iriam manter na lógica presencial e apenas em situações de risco agravado para a saúde da criança é que poderia ser substituída”, contou.
Aquando do primeiro confinamento foi necessário criar respostas e medidas com “enorme rapidez”, mas neste segundo já pudemos tomar decisões mais conscientes, assumiu.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.430.693 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.754 pessoas dos 792.829 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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