O plano anunciado pelo governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pretende acelerar os esforços para imunizar os maiores de 45 anos e os profissionais de saúde e de primeira linha.
A urgência de aumentar a velocidade da vacinação surge quando se regista uma segunda vaga de infeções, muito mais rápida, que ultrapassou o pico da pandemia que este país com mais de 1,3 mil milhões de habitantes atravessou em setembro de 2020, quando atingiu 100 mil casos num dia.
De acordo com dados do Ministério da Saúde indiano, o país contabilizou hoje 152.879 novas infeções e totaliza de 13,35 milhões de casos, o maior acumulado atrás dos Estados Unidos e do Brasil.
No último dia, o país registou 839 mortes de pessoas infetadas com o novo coronavírus, subindo o número total de mortes para 169.275 em pouco mais de um ano.
O programa de vacinação “Tika Utsav” será executado até 14 de abril em todo o país e abrangerá apenas as pessoas dentro dos grupos elegíveis.
Em comunicado, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, classificou o programa como “o início da segunda grande guerra contra o coronavírus” e frisou que os objetivos passam por abranger o maior número de pessoas e avançar para “zero desperdício de vacinas”.
No sábado, a Índia atingiu a marca de mais de 100 milhões de doses administradas em 85 dias de vacinação, após várias iniciativas para aumentar os números no menor tempo possível.
Segundo as autoridades, este é o primeiro país a atingir mais rapidamente a marca de 100 milhões de vacinas, superando os Estados Unidos e a China, que forneceram 100 milhões em 89 dias e 103 dias, respetivamente.
No entanto, as autoridades estão contra o prazo definido para atingir a meta de atender 300 milhões de pessoas até ao mês de julho, dado que isso implicaria imunizar, no mesmo período de tempo, o dobro das pessoas vacinadas até agora.
Estes planos surgem numa altura em que há relatos de várias regiões do país sobre a falta de vacinas, o que tem levado ao encerramento de alguns centros, apesar de a Índia ser um dos poucos que é autossuficiente em vacinas.
A Índia está usar duas vacinas que produz no seu território: a Covishield, da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, e Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech.
A Serum Institute of India (SII), maior fabricante de vacinas do mundo, está a produzir entre 60 e 65 milhões de doses de Covishield por mês e até agora já entregou 100 milhões de doses ao Governo indiano e exportou outros 60 milhões, segundo explicou o diretor executivo da SII, Adar Poonawalla.
A Bharat Biotech, que se comprometeu com uma entrega inicial de seis milhões de doses em janeiro, não especificou, até agora, o número de vacinas que já entregou.
Apesar de o Ministério da Saúde da Índia ter negado categoricamente a falta de vacinas, os estados de Maharashtra, Punjab e Rajasthan relataram um número limitado de doses e o encerramento de vários centros.
“Punjab tem apenas capacidade para mais cinco dias nos níveis atuais de vacinação, entre 85.000 e 90.000 pessoas por dia”, disse o líder do estado de Punjabi, Amarinder Singh, em declarações aos órgãos de comunicação locais.
Segundo acrescentou, há a esperança de que cheguem mais vacinas em breve.
Em várias regiões do país voltaram a ser impostas medidas como o recolher obrigatório, a suspensão de eventos públicos, a suspensão de reuniões e atividades escolares para tentar conter o novo coronavírus.
LUSA/HN
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