Presidente da República pede equilíbrio entre facilitismo e alarmismo

30 de Maio 2021

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje um equilíbrio entre ser facilitista e alarmista, afirmando que os portugueses cumprem as normas decorrentes da pandemia de covid-19 quando o que é dito "cola à realidade".

Durante uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, o chefe de Estado defendeu que a “situação mista” que se vive em Portugal atualmente, decorrente da situação pandémica, “exige um grande equilíbrio entre não facilitar e não alarmar”.

“No podemos ser facilitistas, não podemos ser alarmistas”, salientou.

Lembrando que ainda é necessário cumprir as regras sanitárias, como uso de máscara e evitar aglomerados de pessoas, Marcelo Rebelo de Sousa apontou também que Portugal está a “entrar uma fase em que, continuando a olhar para a vida e para a saúde”, é preciso olhar também “para a vida e a saúde da economia e da sociedade”.

“Para os mais pobres, para o problema da fome, para o problema do desemprego, para o problema da falta de salários. E é este equilíbrio que é muito importante numa fase em que os números crescem em casos, algumas vezes e em algumas áreas, mas felizmente não crescem em internamento nem em cuidados intensivos e não estão a crescer em mortes”, elencou.

Para o Presidente da República, esta evolução mostra que “a vacina está a fazer os seus passos”, mesmo “com mais variante, com menos variante” a que é preciso estar atento.

“A vacina está a cumprir a sua missão e é preciso apelar a que as pessoas não tenham dúvidas e se vacinem mesmo, e apelar às estruturas – e tem sido feito um esforço nesse sentido, o senhor vice-almirante fala nisso quase todos os dias – para ir ajustando o esquema da vacinação ao que fica de fora”, salientou.

O Presidente da República apontou igualmente que “estes meses próximos” vão ser “meses de avanço” na vacinação, e insistiu que “por isso mesmo é preciso evitar um discurso alarmista”, argumentando que “os portugueses cumprem quando acreditam naquilo que se lhes diz, quando aquilo que se lhes diz cola à realidade”.

“Agora temos de encontrar o discurso adequado à realidade, que não pode ser igual ao que era em janeiro, fevereiro e março porque as pessoas não acreditam”, disse o chefe de Estado, recusando que Portugal esteja “na mesma”.

Lembrando que na sexta-feira decorreu mais uma reunião com peritos sobre a evolução da pandemia, no Infarmed, o Presidente considerou que os especialistas “foram flexibilizando alguns critérios dentro do avanço do desconfinamento, mantendo a matriz geral que é utilizada lá fora, sobretudo para relações entre países, mas dentro da matriz dando passos para flexibilizar com cuidado”.

Apontando que não é preciso dizer que Portugal atravessa “uma situação dramática” e que “vai ter de haver” recuos, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “as pessoas são muito sensatas” e percebem “que há coisas em que se tem de fechar e realmente cumprir certas regras, e há coisas em que já se está a abrir, faz sentido abrir, não vale a pena criar a propósito disso um discurso que não dá para acreditar”.

E considerou que ele próprio foi “muito duro quando foi preciso ser muito duro e agora não é ser mole, é ser sensato para dizer às pessoas coisas que as pessoas acreditam”, porque “se não acreditam não seguem”.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.524.960 mortos no mundo, resultantes de mais de 169,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.023 pessoas dos 848.213 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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