“A alteração da situação epidemiológica levou a uma reavaliação da relação risco-benefício para grupos de idade menos propensos a desenvolver uma forma grave de covid-19”, de acordo com o Comité Técnico e Científico (CTS) do Governo italiano.
Em comunicado, o Ministério da Saúde indica, por isso, que a vacina AstraZeneca deve a partir de agora ser administrada “apenas a pessoas com 60 anos de idade ou mais”.
A Itália, país que foi duramente atingido no início da pandemia de covi-19, tem vindo a registar uma significativa redução da taxa de contaminação pelo coronavírus, pelo que a maioria das restrições sanitárias em vigor deverão ser levantadas na próxima semana.
Em abril, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) estabeleceu uma relação de causa/efeito entre a vacina da AstraZeneca e casos raros de coágulos sanguíneos, mas enfatizou que os benefícios do produto superavam em muito os riscos.
Em nome do princípio da “precaução máxima”, os menores de 60 anos que já receberam uma dose de AstraZeneca em Itália receberão “uma segunda dose de uma vacina de mRNA”, como a da Pfizer-BioNTech ou da Moderna, administrada entre oito a 12 semanas a mais tarde.
Itália suspendeu o uso do AstraZeneca em março, por receio de repercussões na saúde, mas, após ‘a luz verde’ da EMA, acabou por aprovar a sua utilização em maiores de 18 anos, embora recomendando-a preferencialmente para maiores de 60 anos.
Até agora, a Itália administrou 41 milhões de doses de vacinas, estando totalmente imunizadas perto de 14 milhões de pessoas, numa população de 60 milhões.
A partir de segunda-feira, as restrições sanitárias serão significativamente atenuadas em regiões do país com um total de mais de 40 milhões de habitantes, incluindo Roma e Milão. O uso de máscara e o distanciamento social continuam a ser obrigatórios.
O ministro da Saúde, Roberto Speranza, considera ser um desenvolvimento “animador, que permite olhar para o futuro com mais confiança”, mas exorta os italianos a permanecerem vigilantes.
Desde fevereiro de 2020, morreram em Itália 127.000 pessoas infetadas com covid-19.
LUSA/HN
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