Na conferência de imprensa final após o encerramento da XIII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), António Costa recordou que Portugal se tinha comprometido a oferecer 5% do total de vacinas, mas as contas mais recentes permitem disponibilizar quatro vezes mais.
No caso dos PALOP e Timor-Leste, “iremos triplicar e passar de um milhão para três milhões o número de vacinas a distribuir. De acordo com aquilo que é o cálculo que nós temos de vacinas que vamos poder disponibilizar” será possível doar “um total de quatro milhões de vacinas”.
“Por isso, temos mais um milhão que afetaremos a outros programas, designadamente poderemos alargar ao Brasil, aos países da América Latina ou poderemos simplesmente integrar o mecanismo Covax, sem nenhum destinatário específico”, disse António Costa.
“No caso dos PALOP e Timor-Leste, triplicamos este nosso compromisso” porque o “vírus não conhece fronteiras”.
Após Portugal cumprir a sua “meta da imunização comunitária”, se “não avançamos com a imunização à escala global, nenhum de nós está verdadeiramente protegido”, explicou António Costa.
“Trata-se de um reforço muito significativo da nossa cooperação internacional. […] temos vindo a adquirir novas vacinas porque, com as restrições que os diferentes países foram impondo e que não totalmente coincidentes, há vacinas que estão hoje disponíveis”, disse.
“Parte das novas aquisições temos utilizado de aceleração do nosso processo vacinação, mas também no nosso portefólio de vacinas há vacinas que não vamos utilizar e que vamos naturalmente disponibilizar”, privilegiando “os países que nos são mais próximos”, disse António Costa.
O primeiro-ministro português e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, destacaram que Portugal tem dado outro tipo de apoios além do fornecimento de vacinas, como é o caso de analgésicos para o Brasil, ou a disponibilização de apoio técnico, ventiladores, equipamentos de proteção individual, camas, formação, consumíveis e recursos para testes e análises clínicas.
Santos Silva destacou ainda o apoio à investigação e produção de vacinas no mecanismo Covax, que já levou ao investimento de 10 milhões de euros, por parte de Portugal.
No caso das relações bilaterais dentro da lusofonia, o ministro destacou que a solidariedade portuguesa visou “atalhar pontos críticos com que os parceiros se estavam a confrontar”, dando o exemplo da oferta de anestésicos ao Brasil, no seu pico da pandemia.
“Até agora, nesta fase de apoio aos equipamentos técnicos, à realização de testes e à formação de profissionais, nós investimos cerca 5,6 milhões de euros, a que naturalmente acresce o custo das vacinas que estamos a doar e continuaremos a doar”, afirmou Santos Silva.
“Durante o mês de julho, terminará – só falta o envio para Timor-Leste que segue amanhã [domingo] – a primeira fase para todos os países parceiros até atingirmos o objetivo do Governo agora fixado em três milhões” de vacinas, acrescentou.
A primeira remessa para Cabo Verde seguiu em maio, mas “não é possível definir um calendário preciso porque depende da cadência dos fornecimentos” e da “própria estratégia de vacinação” em Portugal.
O objetivo de Portugal é “massificar durante este segundo semestre o processo de vacinas e apoio aos estados-membros na administração”, unindo esforços dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Saúde e da Defesa Nacional.
No plano diplomático, Portugal tem “aproveitado o facto de outros países europeus estarem a constatar, de acordo com as determinações das respetivas autoridades de saúde, que têm falta de vacinas específicas e excesso de vacinas de outra marca”, disse.
Santos Silva acrescentou que o Governo português vai fazer uma compra de 200 mil vacinas AstraZeneca à Hungria que servirão para reforçar a doação aos países africanos, explicou.
Além disso, Portugal irá ajudar no transporte de vacinas oferecidas pela Eslovénia a Cabo Verde.
“É o que se chama a equipa Europa”, resumiu Santos Silva.
LUSA/HN
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