“O caminho para a prosperidade económica hoje passa pelas vacinas contra a covid-19, mas apenas 2,3% da população de 1.300 milhões de africanos foi vacinada”, lamentou Vera Songwe.
Citada num comunicado de imprensa da UNECA, a também vice-secretária-geral da ONU lembrou a meta de vacinação de 30% até dezembro deste ano e salientou que se atingir a imunidade de grupo esses valores têm de chegar, pelo menos, a 60 ou 70%.
Durante o painel mensal que contou com a participação do diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), Songwe defendeu que os Estados africanos devem pagar as vacinas porque isso dá-lhes independência face aos doadores.
“O facto de África ter conseguido unir-se para distribuir as suas próprias vacinas, não são vacinas grátis, para o continente é claramente uma maneira de garantir a prosperidade”, vincou, concluindo que “pagar pelo que precisa é uma garantia de que se vai ter, porque se esperamos por doações, a incerteza à volta das vacinas aumenta”.
Presente no painel, segundo a UNECA, o diretor do Africa CDC, John Nkengasong, salientou que “o fortalecimento do sistema de saúde não é um custo, mas sim um investimento” e defendeu que a saúde deve estar no centro das políticas.
“África deve colocar a agenda da saúde pública no centro, quer do diálogo político, quer económico, porque ninguém fura um poço quando tem sede, os poços furam-se antes de termos sede, e por isso não se desenvolve um sistema de saúde no meio de uma pandemia, mas fazemo-lo em preparação para outra pandemia”, argumentou.
LUSA/HN
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