“Além de abastecer a região com esse tipo de vacina, a Fiocruz também se comprometeu, como parte do projeto apresentado à OMS, a compartilhar os seus conhecimentos para a produção de vacinas com outros laboratórios da região e garantir a transferência de tecnologia, para que possamos expandir a capacidade de produção regional”, assegurou, em comunicado a entidade, que é o maior centro de investigação em saúde da América Latina.
Para garantir o acesso equitativo, a vacina desenvolvida pela Fiocruz será oferecida aos Estados membros e territórios da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) através do seu Fundo Rotativo, que oferece vacinas acessíveis há mais de 40 anos na região, acrescenta a nota.
A OMS e a OPAS anunciaram na terça-feira que a brasileira Fiocruz e a argentina Sinergium Biotech foram escolhidas para serem as parceiras latino-americanas num projeto de desenvolvimento e produção de vacinas com a tecnologia de mRNA (RNA mensageiro) contra diferentes vírus e patógenos, incluindo a covid-19.
Essa nova tecnologia para a produção de imunizantes foi utilizada nas vacinas que a Pfizer e a Moderna desenvolveram contra o novo coronavírus.
A inclusão dos laboratórios brasileiro e argentino no projeto faz parte de uma iniciativa da OMS para aumentar a autonomia das regiões na produção de biofármacos, para que possam responder rapidamente à procura global por vacinas em caso de futuras epidemias ou pandemias, de acordo com a organização multilateral.
As propostas apresentadas pelo Instituto de Tecnologia Imunobiológica da Fiocruz (Bio-Manguinhos) e pela Sinergium Biotech foram escolhidas após a OMS considerar que ambas têm potencial para o desenvolvimento e produção de vacinas da plataforma de mRNA a médio prazo.
De acordo com a fundação vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil, cerca de 30 empresas e instituições científicas da América Latina disputaram a licitação mundial lançado em abril pela OMS para aumentar o acesso às tecnologias de vacinas na região.
Segundo a Fiocruz, a tecnologia de mRNA exige menos necessidades produtivas e permite uma escala em termos de doses superior às de outras vacinas, pelo que “permite que o seu custo seja inferior ao de produtos similares e permite a ampliação do acesso”.
De acordo com o comunicado, uma vez desenvolvida, a vacina candidata passará por um processo de pré-qualificação na OMS, o que garantirá o cumprimento dos mais elevados padrões internacionais de qualidade, segurança e eficácia.
“O desenvolvimento de uma vacina da Fiocruz com tecnologia de mRNA é um passo importante para o Brasil obter o domínio de duas tecnologias fundamentais para o avanço do desenvolvimento de imunobiológicos”, afirmou a presidente da fundação, Nísia Trindade Lima, citada no comunicado.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao totalizar 591.440 óbitos e 21.247.094 infeções desde o início da pandemia.
A covid-19 provocou pelo menos 4.696.559 mortes em todo o mundo, entre mais de 229,01 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
LUSA/HN
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