Financiamento do INEM às corporações de bombeiros vai aumentar cerca de 30%

5 de Outubro 2021

O financiamento do INEM às corporações de bombeiros vai aumentar cerca de 30%, segundo as novas regras prevista no acordo de cooperação para a atividade de emergência médica pré-hospitalar ontem assinado.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) assinaram ontem a revisão do acordo de cooperação estabelecido entre estas entidades na área da emergência médica pré-hospitalar.

De acordo com estas entidades, este acordo regula os princípios enquadradores dos diversos protocolos a celebrar pelo INEM com os corpos de bombeiros para a constituição de Postos de Emergência Médica (PEM) e de Postos Reserva (PR), incluindo o financiamento desta atividade, conforme estava determinado pelo Orçamento do Estado para 2021.

“Isto representa uma renegociação daquilo que é o próprio mecanismo de financiamento à atividade por parte dos bombeiros no que diz respeito à emergência pré-hospitalar, ou seja, não estivemos apenas a rever os valores, estivemos a discutir o mecanismo do financiamento”, disse aos jornalistas o presidente do INEM.

Luís Meira especificou que este financiamento está relacionado com os consumíveis, aquisição de ambulâncias para constituição de posto de emergência médica ou para a renovação das ambulâncias afetas a estes postos e preço por quilómetros.

O responsável frisou que uma das coisas alteradas “é tornar os pagamentos mais transparentes associadas ao consumo”, nomeadamente de combustível.

“Antecipamos um aumento de cerca de 30% naquilo que são as transferências que existem neste momento para os corpos de bombeiros, o que significa um aumento muito significativo dos encargos para o INEM”, salientou Luís Meira.

Para o presidente da ANEPC, Duarte da Costa, este protocolo repõe “um justo e desejável reforço para a normalidade da sustentação financeiras das associações humanitárias dos corpos de bombeiros no que toca à sua incontornável participação no sistema de emergência médica pré-hospitalar”.

Já o presidente da LBP, Jaime Marte Soares, considerou que a revisão do acordo fica “muito aquém”, frisando que “poderá não ser o ideal”, mas é “o possível para definir novas regras e compensações que cubram pelo menos os custos diretos suportados pelos bombeiros na prestação do serviço de emergência pré-hospitalar em todo o território continental”.

Segundo Jaime Marta Soares, este acordo termina após “um ano de intensas e difíceis negociações entre o INEM e a LBP”, tendo em conta que o protocolo “há muitos anos que não era atualizado, obrigando os bombeiros a suportar boa parte dos custos do socorro sem ressarcimento à escala da sua prestação”.

De acordo com a LBP, cerca de 90% de todo o serviço de emergência pré-hospitalar em Portugal é feito pelos bombeiros.

A nova tabela de pagamentos será definida em despacho dos ministérios da Saúde e da Administração Interna.

A Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, e o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, estiveram presentes na assinatura do acordo.

LUSA/HN

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