Nas últimas 24 horas, o país sul-americano, com 213 milhões de habitantes, registou 615 vítimas mortais, segundo dados do Governo, sendo que a média de mortes diárias está em 453, o menor número desde novembro do ano passado e bem abaixo das médias superiores a três mil mortes registadas em abril último, no auge da segunda vaga da pandemia.
Após ter chegado ao meio milhão de mortes, em 19 de junho, o Brasil demorou cerca de 110 dias para atingir os 600 mil óbitos, aproximadamente o dobro do tempo que levou para passar de 400 mil para 500 mil vítimas mortais (51 dias), o que mostra o processo de desaceleração da pandemia nesta nação lusófona.
Apesar de o número de vítimas mortais ter diminuído significativamente nos últimos meses, o Brasil ainda é o terceiro país com a maior média diária de novas mortes, atrás apenas de Estados Unidos e da Rússia, e o segundo com mais óbitos em números absolutos, antecipado pelos norte-americanos e pela Índia.
Um dos grandes motivos para o enfraquecimento da pandemia no país sul-americano foi o avanço da vacinação contra a Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, 149,2 milhões de cidadãos receberam a primeira dose de alguma das vacinas contra a doença e 97,6 milhões completaram o esquema vacinal.
Em relação ao número de infeções, o Brasil contabilizou 18.172 novos casos entre quinta-feira e hoje e totaliza agora 21.550.730 diagnósticos de SARS-CoV-2 desde o início da pandemia, registada oficialmente no país no final de fevereiro de 2020.
A taxa de incidência da doença causada pelo novo coronavírus no Brasil é agora de 286 mortes e 10.255 casos por 100 mil habitantes, sendo que a taxa de letalidade está fixada em 2,8%.
Apesar de os indicadores estarem em queda no Brasil, especialistas em saúde destacam que ainda é necessária cautela.
“Nós estimamos que uma pandemia dessa magnitude, como foi a da Covid-19, seja considera controlada quando nós tivermos um número muito pequeno de óbitos relacionados à doença, uma taxa de ocupação de camas hospitalares muito pequena e uma cobertura de imunização completa de pelo menos 80% da população”, o que ainda está longe de ser o caso no Brasil, segundo Margareth Dalcolmo, pneumologista e investigadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Estimamos que isso possa dar-se no ano que vem. Não é algo que estejamos pensando para esse ano de 2021”, acrescentou a especialista, num vídeo partilhado nas redes sociais da Fiocruz, centro de investigação médica de referência na América Latina e vinculado ao executivo brasileiro.
Para assinalar a marca trágica de 600 mil mortos, apenas ultrapassada pelos Estados Unidos e Brasil em todo o mundo, a organização não-governamental Rio de Paz estendeu 600 lenços brancos no areal da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
A manifestação foi também um ato de “repúdio” à forma “como o Governo Federal vem tratando a crise sanitária”, explicou a ONG no Twitter, referindo-se à gestão de Jair Bolsonaro, que é investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) devido a alegadas falhas e omissões na pandemia.
“Quem são os responsáveis por esta tragédia?” e “incompetência, irresponsabilidade e insensibilidade” são as mensagens que se podem ler nas faixas expostas no areal de Copacabana, uma das principais praias do Rio de Janeiro.
A Covid-19 provocou pelo menos 4.830.270 mortes em todo o mundo, entre mais de 236,66 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
LUSA/HN
0 Comments