Cabo Verde começa a vacinar menores de 12 a 17 anos nas escolas em novembro

9 de Outubro 2021

Cabo Verde começa a vacinação contra a Covid-19 em menores, de 12 a 17 anos, através de vacinas da Pfizer que serão administradas nas escolas, a partir de novembro, disse hoje o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

“Em novembro iniciaremos seguramente. Nós estamos à espera da chegada das vacinas da Pfizer, que virão dos Estados Unidos da América, já está confirmada que virá. Só falta definir qual é a data para podermos iniciar essa vacinação dos 12 aos 17 anos”, disse o chefe do Governo aos jornalistas, à margem da cerimónia de abertura do novo ano académico, na Universidade de Cabo Verde, na Praia.

“Eu creio que será um processo que até ficará muito facilitado porque será essencialmente vacinação nas escolas, onde temos o grosso dos jovens nessa idade e jovens nessa faixa etária”, explicou Ulisses Correia e Silva.

No plano de vacinação contra a Covid-19, o Governo cabo-verdiano estimou em 370.362 a população elegível para ser vacinada, correspondendo a todos com mais de 18 anos. Desses, segundo dados do Ministério da Saúde, 289.484 já receberam, até 03 de outubro, pelo menos a primeira dose da vacina, equivalente a 78,2%, enquanto 146.124 concluíram o plano de vacinação, com as duas doses previstas, equivalente a 39,5%.

Sem contar com perdas no processo, as doses recebidas por Cabo Verde até ao momento (715.150) já são suficientes para vacinar mais de 357 mil pessoas no arquipélago.

Até 03 de outubro, Cabo Verde utilizou 435.608 (61%) doses de vacinas recebidas através do mecanismo Covax e doações de países parceiros.

O primeiro-ministro comentou ainda o anúncio da saída de Cabo Verde, a partir de segunda-feira, da “lista vermelha” do Reino Unido, cujos turistas representam praticamente 25% da procura turística pelo arquipélago, mas que até agora estavam obrigados a quarentena no regresso.

“É uma boa notícia. Esse é o reflexo do bom combate que Cabo Verde tem feito relativamente à pandemia da Covid-19. Os números estão aí para expressar esses resultados, nós atingiremos próxima semana 80% da população adulta com pelo menos uma vacina [dose]. Estamos a perspetivar que em finais de outubro poderemos atingir 85% [uma dose] e 50% da população com vacinação completa. Quer dizer que o nosso nível de segurança, hoje, permite que possamos nos apresentar internacionalmente como um país que está a controlar a pandemia”, afirmou.

Até agora, ao permanecer naquela lista, aos passageiros provenientes de Cabo Verde era imposto à entrada uma quarentena de 10 dias num hotel designado e às custas dos viajantes (apenas permitida a entrada para nacionais britânicos ou estrangeiros residentes), além de dois testes PCR, no segundo e oitavo dias da quarentena.

Para Ulisses Correia e Silva, esta decisão é “fundamental” para Cabo Verde, por ser “o maior centro emissor de turistas, particularmente para as ilhas do Sal e da Boavista”.

“E isso significa que vamos começar a receber turistas do Reino Unido, particularmente da Inglaterra, o que é uma boa notícia. Porque isto tem reflexos depois na reabertura dos hotéis, que já estão a reabrir quer no Sal que na Boa Vista, tem reflexo no emprego que volta a acontecer, tem reflexo no rendimento que circula e também na dinamização da economia. Portanto uma boa notícia, esperada, e esperamos que continuemos nesta boa senda de continuar a fazer um bom combate à pandemia para melhorarmos ainda mais a nossa condição de país seguro”, disse ainda.

Quase 200 mil britânicos visitaram Cabo Verde em 2019, praticamente um quarto dos turistas estrangeiros que as unidades hoteleiras do arquipélago receberam em todo o ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano.

De acordo com o estudo estatístico do turismo em Cabo Verde em 2019, as unidades hoteleiras cabo-verdianas receberam um recorde de 819.308 hóspedes, um aumento de 7% face a 2018, e 5.117.403 dormidas, um crescimento também homólogo de 3,7%.

Com 196.557 hóspedes, o mercado britânico voltou a ser o principal emissor de turistas para Cabo Verde, representando 24% do total, liderando também no tempo de estadia, que foi, em média, de 8,1 dias em 2019.

Em 2018, os turistas britânicos que visitaram Cabo Verde representaram 22,7% do total, chegando nesse ano aos 174.078.

Entretanto, desde o início da pandemia de Covid-19 que aqueles turistas praticamente desaparecerem de Cabo Verde, face às apertadas regras e limitações impostas pelas autoridades britânicas no regresso ao país.

A procura turística internacional por Cabo Verde, de cerca de 25.000 turistas no primeiro semestre deste ano, passou a ser liderada por Portugal.

O turismo representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde, mas está praticamente parado desde março de 2020.

LUSA/HN

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