A vigília é promovida por um grupo de utentes e vai decorrer na noite de sábado entre as 21:00 e as 00:00 no Largo António Rodrigues Caruna, junto ao Centro de Saúde de Colares.
Em declarações à agência Lusa, Sónia Firmino, uma das promotoras deste protesto, explicou que os utentes foram surpreendidos em 24 de outubro com o “fecho abrupto do Centro de Saúde de Colares e com a sua deslocalização para a freguesia vizinha de Algueirão – Mem Martins, enquanto decorrem obras de ampliação do equipamento.
“A população ficou a saber através do Facebook, por uma publicação de alguém que tirou uma foto a um aviso colocado na porta do centro. Desde 24 de outubro estamos privados dos cuidados de saúde básicos aqui na freguesia”, queixou-se.
Sónia Firmino sublinhou que a maior indignação dos utentes advém do facto de “as autoridades competentes não terem comunicado atempadamente que iriam proceder ao encerramento provisório do Centro de Saúde e deslocalizá-los para outra freguesia.
“Com os canais de informação e comunicação, que todas aquelas entidades têm e dinamizam, não é aceitável que não tenham respeitado o direito à informação. Mais de 60% dos utentes inscritos apresentam uma dependência total”, apontou.
A utente criticou, igualmente, a alternativa apresentada e acusou o Agrupamento de Centro de Saúdes (ACES) de Sintra e a Câmara Municipal de Sintra, promotora da obra, de não terem “sido sensíveis aos constrangimentos” decorrentes do encerramento.
“Nem o ACES Sintra, nem o promotor da obra, nem a Junta de Freguesia de Colares foram sensíveis à procura de uma solução conjunta e digna. Não é aceitável que não tenha sido possível encontrar uma solução de atendimento clínico num espaço já existente ou numa estrutura móvel que pudesse ser temporariamente fixada em espaço pensado para manter o atendimento clínico público na área geográfica da freguesia de Colares durante o período de obras”, argumentou.
Contactada pela Lusa, fonte da Câmara Municipal de Sintra explicou que “o encerramento temporário é essencial para a execução da obra” e que a autarquia estima que, “até ao final do ano, haja condições para que o Centro de Saúde de Colares volte a funcionar com normalidade”.
“Perante este encerramento temporário, essencial para a execução da obra, a Câmara Municipal de Sintra, em articulação com a Junta de Freguesia de Colares e a autoridade local de Saúde, procedeu à instalação de um posto de atendimento na sede da Junta para marcação de consultas e assegura o transporte de utentes para o edifício onde ocorrem os atendimentos, até ao final do corrente ano”, indica a autarquia.
A Câmara Municipal de Sintra refere ainda que as autoridades de saúde disponibilizaram contactos telefónicos personalizados, através dos quais poderão ser “devidamente avaliadas e identificadas as necessidades e a situação de cada utente”.
Também serão mantidas as consultas domiciliárias médicas e as visitas de enfermagem que “estejam ou possam vir a ser programadas”.
As obras no Centro de Saúde de Colares, que serve cerca de 7.000 utentes, representam um investimento superior a 200 mil euros e prevê a construção de mais quatro gabinetes, dois de atendimento médico e dois de enfermagem, a ampliação da sala de espera e a melhoria do estacionamento.
A autarquia estima que todas as obras estejam concluídas no início de fevereiro de 2022.
Por seu turno, numa resposta escrita enviada à Lusa, fonte da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) explica que o encerramento provisório do edifício foi decidido como forma de “proteção de utentes e profissionais”, prevendo a reabertura durante o mês de janeiro do próximo ano.
“Assim, e tendo em conta a limitação logística na montagem de instalações e no estabelecimento de redes informáticas seguras necessárias à prestação de cuidados de saúde, foi decidido, em acordo com a Câmara Municipal de Sintra e a Junta de Freguesia de Colares, a deslocalização provisória da Unidade Saúde Familiar (USF) Colares para as instalações do novo edifício do Centro de Saúde de Algueirão/Mem-Martins, garantindo de um modo rápido e eficiente a instalação dos profissionais e a continuidade da prestação de cuidados médicos aos utentes”, justifica a ARSLVT.
A entidade sublinha ainda que a intervenção no edifício do Centro de Saúde de Colares vai trazer a “melhoria da segurança e das condições de higienização, assim como conforto no atendimento aos utentes”.
LUSA/HN
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