Olaf Scholz, 63 anos, vai suceder a Angela Merkel, da União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão), e tornar-se o nono chanceler da Alemanha em 72 anos.
Angela Merkel, 67 anos, não se recandidatou a um quinto mandato como chanceler, após 16 anos e 17 dias em funções, menos nove dias do que o recorde no cargo do também democrata-cristão Helmut Khol (1982-1998).
A sessão na câmara baixa do Parlamento Federal (Bundestag) começa às 09:00 locais (menos uma hora em Lisboa), com a eleição do chanceler por voto secreto dos 736 deputados, de acordo com o programa oficial.
Para ser eleito, Scholz terá de obter uma maioria absoluta, o que equivale a 369 votos.
Esse número mínimo é ultrapassado pelos 416 deputados dos partidos da chamada coligação “semáforo” (caracterizada assim devido às cores das forças políticas envolvidas): 206 do SPD (sociais-democratas), 118 dos Verdes e 92 do FDP.
É a primeira vez que a Alemanha tem uma coligação governamental tripartida desde 1950.
Nos termos constitucionais, o nome do chanceler é proposto pelo Presidente da República, Frank-Walter Steinmeier, ao parlamento presidido por Bärbel Bas.
Após uma interrupção da sessão, Scholz vai tomar posse no parlamento às 12:30 locais, e jurar que se dedicará “ao bem-estar do povo alemão”.
Pelas 13:35 locais, está prevista a posse dos 16 ministros, oito homens e oito mulheres, depois da sua nomeação formal por Steinmeier.
Além do chanceler, o SPD indicou sete ministros (quatro mulheres e três homens), os Verdes cinco (três mulheres e dois homens) e o FDP quatro (três homens e uma mulher).
O copresidente dos Verdes, Robert Habeck, será vice-chanceler (cargo ocupado até agora por Scholz) e ministro da Economia e do Clima.
A outra líder dos Verdes, Annalena Barbock, será a ministra dos Negócios Estrangeiros.
O presidente do FDP, Christian Lindner, vai substituir Scholz como ministro das Finanças.
O acordo de coligação “Ousar mais progresso”, de 177 páginas, foi assinado na terça-feira pelos três partidos, após a aprovação dos respetivos aparelhos partidários.
O novo Governo assume como prioridades o combate à pandemia de covid-19 e às alterações climáticas, a modernização da economia e a introdução de políticas sociais mais liberais.
No plano externo, o executivo diz querer empenhar-se no fortalecimento da União Europeia (UE), na parceria transatlântica, na NATO e na cooperação multilateral, com respeito pelos direitos humanos.
Com a posse de Scholz, o Partido Social-Democrata da Alemanha passa a ter elementos seus nos principais cargos do Estado, dado que Frank-Walter Steinmeier e Bärbel Bas também são do SPD.
LUSA/HN
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