INE de Cabo Verde avalia impacto da pandemia nas famílias

28 de Dezembro 2021

O Instituto Nacional de Estatística (INE) de Cabo Verde vai avaliar durante um mês, a partir de janeiro, o impacto da pandemia de covid-19 nas famílias cabo-verdianas, anunciou a instituição.

De acordo com o INE, trata-se de um projeto em colaboração com o Banco Mundial e implica, na primeira fase, de 03 de janeiro a 07 de fevereiro de 2022, a “recolha de dados junto dos agregados familiares”.

“Com o objetivo de avaliar e monitorizar o impacto da pandemia nas condições de vida das famílias em Cabo Verde, permitindo, assim, identificar os grupos populacionais mais “vitimados/impactados” por esta pandemia”, explica fonte do INE.

O inquérito vai ser realizado por telefone em todo o país e a formação dos agentes do INE iniciou-se na segunda-feira, para decorrer até quinta-feira.

Cabo Verde registou uma recessão económica histórica provocada pela pandemia de covid-19 de 14,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, devido à ausência de turismo. O setor garante 25% do PIB e do emprego e tinha registado em 2019 um recorde de 819 mil turistas, seguindo-se uma quebra abrupta em 2020 e 2021, com consequências económicas e sociais em todo o arquipélago.

O primeiro-ministro de Cabo Verde disse em novembro que os crescimentos económicos acima de 6% esperados para 2021 e 2022 serão insuficientes para recuperar da recessão provocada pela pandemia e que o país continuará mais pobre face a 2019.

“Mesmo que se concretize, o crescimento económico não será ainda suficiente para compensar a contração registada em 2020. Significa que em 2022 o país estará ainda com menos riqueza do que tinha em 2019”, afirmou Ulisses Correia e Silva, no parlamento.

Acrescentou que a retoma económica em Cabo Verde “faz-se em clima de incerteza e com fortes restrições nas finanças públicas”.

“Neste ano de 2021, estimativas apontam para um crescimento económico entre 6,5 e 7,5%. Para 2022, a previsão é de 6%”, apontou o chefe do Governo.

Na sua intervenção, Ulisses Correia e Silva admitiu, contudo, que “existem sinais positivos”, como a retoma do turismo, “com a reabertura dos hotéis, voos ‘charters’, cruzeiros e retorno ao emprego com especial incidência nas ilhas do Sal e da Boavista”.

Ulisses Correia e Silva voltou a destacar os números da crise provocada pela pandemia em Cabo Verde, como nas receitas fiscais, com uma quebra estimada, de 2020 a 2022, de 60 mil milhões de escudos (540 milhões de euros), ao nível da procura turística ou na taxa de desemprego, que passou de 11,3% em 2019 para 14,5% no ano seguinte, com a “destruição de cerca de 20 mil empregos no espaço de um ano”.

LUSA/HN

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