Desde final de dezembro que o número de novos casos de infeção diários se está a multiplicar rapidamente na Índia, depois de várias semanas em que o número médio de infeções se manteve abaixo da barreira dos 10 mil, segundo dados do Ministério da Saúde indiano.
Os dados hoje reportados refletem o pior registo em sete meses e surgem numa altura em que mais de metade da população adulta já tem o esquema vacinal completo e os dados sobre a imunidade de grupo indicam que cerca de dois terços das pessoas já desenvolveram anticorpos para a doença.
O estado de Maharashtra, com 40.925 novos casos, e Deli, com 17.335, são aqueles onde se tem registado o maior número de casos, sendo também estas as regiões mais populosas.
A velocidade de propagação das novas infeções não tem precedentes no país, por comparação com o que sucedeu nas duas ondas anteriores em que a barreira dos 100 mil casos diários apenas foi ultrapassada após sete meses (na primeira onda) e quatro meses (na segunda).
Segundo as projeções das autoridades indianas, o atual impulso pode levar o país, com 1,35 mil milhões de habitantes, a atingir um pico de entre 500 mil a um milhão de novas infeções por dia.
O frágil sistema de saúde do país, conjugado com ‘stocks’ limitados de camas hospitalares e equipamento médico e com uma população vulnerável fazem aumentar os receios perante esta nova onda.
O ‘pico’ de 400 mil casos diários, vivido em maio passado, no pior momento da pandemia, levou à saturação do hospitais, à escassez das reservas de oxigénio e ao colapso das funerárias e crematórios sem capacidade para responderem às mais de quatro mil mortes diárias então registadas.
A covid-19 provocou 5.470.916 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
LUSA/HN
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