Especialistas alertam que as quedas são a principal causa de morte acidental nos idosos

24 de Janeiro 2022

Apontado como um “problema de saúde pública”, vários especialistas chamam a atenção que quedas são a principal causa de morte acidental nos idosos. Através de uma sessão online, que se realiza no dia 05 de fevereiro, o Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) quer sensibilizar profissionais de saúde para o impacto da ocorrência de quedas.

De acordo com a Coordenadora do NEGERMI, o webinar “Quedas nos Idosos” visa sensibilizar médicos e outros profissionais de saúde para o impacto da ocorrência de quedas na saúde dos mais idosos.

“É um fenómeno muito comum, mas frequentemente banalizado e associado ao normal envelhecimento. No entanto, é um fenómeno preocupante porque pode precipitar a deterioração do estado funcional e da autonomia, aumentando a dependência e a probabilidade de institucionalização, com profundo impacto na qualidade de vida e bem-estar. As quedas são por isso consideradas um problema de saúde pública” afirma Sofia Duque.

Entre as razões que motivam o número de quedas na faixa etária mais idosa incluem-se as perturbações cognitivas e o aparecimento de algumas doenças degenerativas.

Por outro lado, os especialistas alertam que “problemas demográficos, psicossociais e ambientais aumentam o risco de quedas e não podem ser ignorados”. O sendentarismo o uso de roupa e calçado inadequados, a existência de barreiras arquitetónicas dentro e fora de casa podem explicar este fenómeno.

Em 2020, o recurso às urgências devido a acidentes domésticos e de lazer aumentou 13% na população com mais de 65 anos. As quedas aparecem como a principal causa e representaram mais de 45 mil idas às urgências, representando 89,4% dos acidentes nesta faixa etária.

Estima-se que a cada 100 internamentos devido a quedas, seis têm como desfecho a morte ainda no hospital.

PR/HN/Vaishaly Camões

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