“Estão reunidas as condições, com tudo o que se passou relativamente à pandemia, para termos mais abstenção do que é habitual”, disse João Cotrim Figueiredo à comunicação social, após votar numa escola básica em Lisboa.
O líder liberal deixou no entanto um apelo ao voto, apontando que “há condições de segurança”.
“Espero que em todo o Portugal continental e nas regiões autónomas esse direito seja exercido e, até, nas secções consulares – em que ontem [sábado] soubemos que houve alguns problemas, espero que estejam resolvidos e que ninguém deixe de votar por não ter condições legais para o fazer”, apelou João Cotrim Figueiredo.
“Não deixem que outros decidam por vocês”, sublinhou, dirigindo-se aos eleitores.
Ainda sobre a abstenção, João Cotrim Figueiredo considerou que a ação dos partidos políticos criou “condições políticas para que haja menos abstenção, mas as condições administrativas e de organização podiam ter sido melhores”.
“Foi uma boa campanha. Acho que todos os partidos se esforçaram para mobilizar o seu eleitorado – nós fizemos a nossa parte”, afirmou, acrescentando que todos os partidos “fizeram uma campanha bastante esclarecedora para os padrões” recentes.
Quanto ao voto de eleitores infetados ou em isolamento devido à covid-19, que o Governo recomenda votarem entre as 18:00 e as 19:00, João Cotrim Figueiredo diz que foi “a solução possível”.
O presidente da IL referiu ainda que será uma noite eleitoral “mais longa que o habitual” e que os mandatos dos círculos de fora de Portugal “poderão fazer a diferença para a maioria eleitoral numa eleição que se prevê renhida”.
Em 2019, a taxa de abstenção atingiu o recorde de 51,43%, comparando com os 8,3% nas eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975, ou os 16,4% das primeiras legislativas, em 1976.
No total, são eleitos 230 deputados à Assembleia da República, de onde sairá o XXIII Governo Constitucional.
Podem votar para as eleições antecipadas de hoje 10.820.337 eleitores, mais 9.808 do que nas anteriores legislativas, em 2019.
A legislatura atual, que terminaria apenas em 2023, foi interrompida depois do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022 ter gerado uma crise política que levou à dissolução do parlamento e à convocação de eleições antecipadas.
LUSA/HN
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