PSD critica PS por usar Hospital Central do Algarve com fins eleitorais

8 de Abril 2022

Os deputados do PSD eleitos por Faro criticaram hoje o programa do Governo por incluir projetos que o primeiro-ministro, António Costa, utiliza como “bandeira eleitoral” desde 2015, sem nunca serem concretizados, como o novo Hospital Central do Algarve

Os parlamentares social-democratas que representam o Algarve na Assembleia da República consideram que a região é “um tema omisso no atual Programa do Governo” e as “poucas propostas apontadas” são “ideias que se têm repetido ao longo dos anos” e nunca se materializam, como uma nova unidade hospitalar de referência para o distrito de Faro.

“Neste sentido, os deputados do PSD vão questionar o Governo sobre a construção desta nova unidade hospitalar, uma obra prometida há sete anos por António Costa, mas que continua sem sair do papel. A melhoria das condições de saúde no distrito de Faro foi um tema central na campanha eleitoral e os parlamentares pretendem não deixar cair o tema no esquecimento”, prometeram os deputados do PSD num comunicado.

A mesma fonte recordou que o novo Hospital Central do Algarve “é uma promessa com mais de duas décadas” e acusou o líder do Governo, António Costa, de a “definir como prioridade no programa eleitoral dos últimos anos” em que se apresentou a votos para chegar ao cargo de primeiro-ministro.

“Foi assim em 2015, em 2019 e agora no programa do Governo. Mas o que vemos é que o projeto não passa de uma ideia, de uma proposta, que o Governo não defende verdadeiramente. É apenas uma bandeira eleitoral que António Costa utiliza nas suas deslocações ao Algarve, mas que guarda na gaveta quando regressa a Lisboa”, argumentou.

Os três deputados eleitos pelo PSD em Faro – Luís Gomes, Rui Cristina e Ofélia Ramos – garantiram que vão “nesta legislatura tudo fazer para que o primeiro-ministro cumpra a sua promessa” e admitiram “chamar a ministra da Saúde ao parlamento para saber em que estado se encontra o projeto” do novo hospital.

Os parlamentares social-democratas querem também “conhecer os verdadeiros projetos para a região” que vão ser concretizados, porque, “no programa do Governo, as medidas apontadas são as mesmas que já tinham sido apresentadas em 2015 e 2019 e que não foram concretizadas”.

“O Partido Socialista veio com o maior orgulho afirmar que a construção do novo hospital é agora um caminho sem retorno porque está no programa do Governo. Aqui estaremos para que assim seja, porque o PS e o Governo são exímios a encontrar as mais variadas desculpas para justificar a sua inação e a sua falta de vontade em dotar o Algarve dos meios necessários para responder às necessidades da população”, referiram ainda os deputados.

Os representantes do PSD eleitos por Faro defenderam a necessidade de o Algarve contar com “um novo hospital, dotado de todos meios, humanos e técnicos”, mas destacaram também as necessidades que as atuais unidades do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) têm em termos de “reforço de pessoal e atualização dos equipamentos” nos Hospitais de Portimão e Lagos, que com Faro compõe a rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde na região.

Em comunicado divulgado na quinta-feira, a Federação Regional do Algarve do PS congratulou-se por a saúde ser “a prioridades das prioridades” para a região, como demonstra a inclusão do novo Hospital Central do Algarve no programa do Governo.

Luís Graça, presidente do PS/Algarve, considerou que a inclusão do novo hospital no programa do Governo “coincide com objetivos do PS no Algarve”, porque este equipamento era “há muito reivindicado” e constituía “uma bandeira” dos candidatos do PS pelo distrito de Faro.

“Vai avançar e não há retorno para esta obra, que vai marcar a região”, afirmou o dirigente socialista e deputado eleito por Faro no dia em que começou a ser discutido o programa do Governo no parlamento, frisando que este novo equipamento ira permitir contar com um “grande hospital central, com cuidados de saúde diferenciados”.

O projeto de um novo hospital no Algarve remonta a 2002, quando o então ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira (PSD), constituiu, entre outros, um grupo interdepartamental para o lançamento de parcerias público-privadas, nomeadamente, uma nova unidade hospitalar a instalar no Parque das Cidades, entre Faro e Loulé.

No ano seguinte, em 2003, é aprovado o terreno para a sua construção, em 2007 aprovado o perfil assistencial e o dimensionamento e, em 2008, o então primeiro-ministro, José Sócrates (PS), chega mesmo a lançar a primeira pedra do hospital, que estaria pronto em 2013.

NR/HN/LUSA

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