O vírus da febre de Lassa foi detetado numa rapariga de 17 anos de Kassadou, no município de Guéckédou, segundo um comunicado.
A doente está a ser tratada num centro médico e o seu estado era, na sexta-feira à noite, quando foi divulgado o comunicado, “satisfatório”.
A infeção foi detetada em 20 de abril, em Guéckédou, e confirmada por um segundo teste realizado num “laboratório de referência de Conacri”, a capital da Guiné-Conacri, país vizinho da Guiné-Bissau.
Está em curso uma investigação nas aldeias relacionadas com o caso, “para registo de todos os contactos e seu seguimento”, não tendo sido notificado qualquer outro caso até sexta-feira, segundo as autoridades de Conacri.
A febre hemorrágica de Lassa é provocada por um vírus da mesma família daquele que provoca o Ébola, embora seja menos fulminante.
É uma doença viral hemorrágica endémica na África ocidental, transmitida aos seres humanos através de contacto com alimentos ou objetos contaminados com urina ou fezes de roedores e tem uma taxa de mortalidade de 1%.
A transmissão entre humanos ocorre através do contacto com fluidos corporais de pessoas infetadas.
O vírus recebeu o nome da cidade da Nigéria onde foi identificado pela primeira vez, em 1969.
No passado dia 17 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que pelo menos 98 pessoas morreram desde o início do ano de febre de Lassa na Nigéria, onde um surto já infetou 540 pessoas desde janeiro.
Embora endémica na Nigéria, com um aumento de casos durante a época seca, entre novembro e maio, a doença está a registar um número “muito mais elevado de casos” este ano do que em épocas anteriores, segundo a OMS, que atribui este fenómeno a uma capacidade de vigilância e testagem reduzida.
Para responder a este surto, os centros de controlo de doenças da Nigéria, juntamente com a OMS e outros parceiros, ativaram um Centro de Operações de Emergência para coordenar as respostas a todos os níveis, diz o comunicado.
A OMS também mobilizou especialistas para intervir na investigação, rastreamento de contactos, comunicação de risco, estando em curso planos para reforçar os esforços e ajudar a Nigéria a controlar o surto.
A organização destacou também o número de casos e mortes entre profissionais de saúde, o que se deve em parte à falta de medidas adequadas de prevenção e controlo nas unidades de saúde.
A OMS tem fornecido equipamento de proteção pessoal para os profissionais de saúde, máscaras, protetores faciais, desinfetantes para as mãos e sacos de lixo como parte do seu apoio no combate à doença.
LUSA/HN
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