Esta garantia surgiu depois de o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) ter alertado, em comunicado, que o ataque informático ao hospital de Almada, no distrito de Setúbal, está a colocar em risco os cuidados de saúde dos utentes e a segurança dos clínicos.
O sindicato adiantou que uma série de atos são realizados manualmente, potenciando o erro médico e limitando o acesso a informação imprescindível para o atendimento.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o Hospital Garcia de Orta (HGO) refere que “todas as áreas assistenciais (urgência, internamento, consulta, bloco, hospital de dia) já têm postos de trabalho para acesso ao Processo Clínico Eletrónico e prescrição eletrónica, permitindo desta forma, proceder e consultar os registos clínicos, embora com algumas limitações no acesso a aplicações departamentais (específicas de alguns serviços)”.
O hospital assegura ainda que os sistemas de informação do HGO têm vindo a ser repostos gradualmente e que os registos clínicos já se encontram a ser assegurados informaticamente, uma situação que garante “tem sucedido de uma forma progressiva, em todo o hospital”, à medida que são recuperados os mais de 2.000 postos de trabalho existentes.
Nesta fase, segundo a nota, “ainda não é possível garantir o acesso generalizado à internet no hospital”.
Na opinião do sindicato, a impossibilidade de acesso à internet impede a realização de diários clínicos, a parametrização de dados clínicos anteriores, a prescrição eletrónica de medicamentos, a obtenção de baixas médicas ou o pedido de exames de diagnóstico.
Relativamente aos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, o HGO garante também que tem assegurado a resposta necessária para o adequado seguimento clínico dos doentes, para colmatar os constrangimentos de acesso, estando atualmente a trabalhar ininterruptamente com cada fornecedor.
O sindicato tinha avançado que a resolução parcial da situação estava prevista para o verão e a resolução total no outono, ou seja daqui a, pelo menos, quatro meses.
Contudo, o hospital assegura que, “atendendo à complexidade e vastidão do trabalho técnico que está a ser desenvolvido pelas equipas de informática, não é ainda possível estabelecer uma data para a reposição total da normalidade”.
“O ciberataque que atingiu o HGO teve um impacto muito expressivo no hospital, pelo que a recuperação e reativação dos sistemas não é imediata, à semelhança do que se verificou suceder em inúmeras empresas, da área da saúde e outros setores”, refere o HGO.
O Hospital Garcia de Orta adianta ainda que continua a colaborar com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, em articulação com o Ministério da Saúde, entidades reguladoras (Centro Nacional de Cibersegurança – CNCS) e Judiciais (Polícia Judiciária – PJ), de modo a ultrapassar esta situação e repor a normalidade, o mais depressa possível.
LUSA/HN
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