BE promove encontro nacional sobre saúde para discutir como transformar o SNS

20 de Maio 2022

O BE promove no sábado um encontro nacional sobre saúde com pessoas de fora do partido para discutir formas de transformar o SNS num serviço “efetivamente público, gratuito, universal, geral e que garante um acesso a todos os utentes”.

“O Bloco de Esquerda, como acredita no SNS, mas tem como objetivo transformá-lo, quer discutir com muitas pessoas, a maior parte delas até nem pertencendo ao Bloco de Esquerda, mas que têm pensamento e têm propostas sobre o SNS”, disse, em antecipação à agência Lusa, o dirigente e antigo deputado Moisés Ferreira.

No encontro nacional sobre saúde, de acordo com o bloquista, serão discutidas “as formas de transformar o SNS para garantir que ele é efetivamente público, gratuito, universal, geral”, assegurando “um acesso a todos os utentes” aos cuidados de saúde primários, médico de família, equipa de família, saúde oral, saúde visual, saúde mental, áreas nas quais o SNS tem “estado obviamente a falhar”.

O encerramento será feito pela coordenadora do BE, Catarina Martins, mas para os painéis foram convidados participantes de fora do BE porque, continuou Moisés Ferreira, o objetivo é “debater com quem obviamente pensa o SNS de um ponto de vista do serviço público que deve ser prestado à população”, mas alargar esta discussão para lá do partido para serem encontrados “caminhos comuns e pontes de convergência”.

Segundo o antigo deputado, este encontro “é feito num momento e numa conjuntura muito particular e num momento em que uma maioria absoluta do PS parece não ter a mínima intenção de dar resposta a estes problemas”, considerando que tem havido da parte do Governo de António Costa “inércia e também desistência” nesta área.

“O programa do atual Governo desistiu da meta de médico e equipa de família para todos os utentes. É um sinal preocupante porque mostra que há uma espécie de atirar a toalha ao chão e há muitos problemas que se têm agudizado”, lamentou, considerando que “o SNS está a passar por um momento muito difícil como é fácil de constatar”.

Entre as dificuldades deste serviço está, de acordo com Moisés Ferreira, o facto de 1,3 milhões de utentes estarem sem médico de família, a dificuldade de acesso ao SNS, por exemplo aos cuidados de saúde primários, e os “problemas crónicos para os quais não tem sido encontrada solução” e que se têm agudizado como o acesso à psicologia, saúde mental, saúde oral e saúde visual.

“Este encontro serve como pontapé de saída para esse longo caminho que temos agora que fazer, principalmente nesta legislatura de maioria absoluta de um partido, o PS, que parece logo no início do seu novo Governo já ter baixado os braços em assuntos tão importantes como o das equipas e médicos de família para toda a gente”, afirmou.

De acordo com o programa, o painel intitulado “A transformação necessária para um SNS de futuro” terá como oradores o professor catedrático jubilado e antigo diretor geral de saúde Constantino Sakellarides, a médica Isabel do Carmo, o economista da saúde Julian Perelman e a jurista Carla Barbosa.

Serão ainda discutidos os “Cuidados de saúde primários e acesso à saúde” e “Como captar e fixar profissionais no SNS”.

LUSA/HN

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