Os membros do comité analisaram todos os dados dos ensaios clínicos disponíveis, realizados em crianças entre os seis meses e quatro anos no caso da Pfizer e entre os seis meses e os cinco anos com a vacina da Moderna.
Esta análise e discussão foi transmitida ao vivo pela Internet, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Como em muitos países, esta é a última faixa etária que ainda não tem acesso à proteção via vacina contra a covid-19.
Nas duas votações, os 21 especialistas decidiram unanimemente que os benefícios de vacinar crianças com as fórmulas da Moderna e Pfizer superam os riscos.
“Sei que muitos pais estão aliviados e a ouvir-nos hoje [quarta-feira]”, referiu Jay Portnoy, um dos membros do comité.
Com base nestas recomendações, cabe agora à agência norte-americana do Medicamento (FDA) dar a sua autorização oficial.
Após a “luz verde” ser emitida, cerca de 10 milhões de doses serão enviadas imediatamente para os quatro cantos do país, referiu o governo norte-americano.
De resto, as injeções podem começar a ser administradas já na terça-feira, assim que os Centros para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) também deem autorização, sendo que é o painel desta entidade, que se reúne esta sexta-feira e sábado, que tem a palavra final.
A dosagem destas vacinas foi adaptada, sendo um quarto da quantidade aplicada em adultos no caso da Moderna (25 microgramas, face aos 100 para adultos) e um décimo para a Pfizer (03 microgramas, contra 30).
A principal diferença entre as duas vacinas é o número de injeções necessárias, visto que a vacina da Moderna será administrada em duas doses com um intervalo de um mês.
Um representante da Moderna referiu, no entanto, que já está a ser planeado um estudo para uma dose de reforço.
Já a vacina da Pfizer terá imediatamente três injeções, após as duas doses não terem provocado uma resposta imune suficiente, devido à baixa dosagem.
As duas primeiras injeções da Pfizer serão administradas com três semanas de intervalo, e a terceira administrada oito semanas após a segunda.
Ambas as vacinas são seguras e eficazes, de acordo com a FDA, que divulgou a sua própria análise de ensaios clínicos no final da semana passada para fornecer uma base de discussão para os especialistas.
Em relação a possíveis efeitos secundários, cerca de um quarto das crianças pequenas que receberam Moderna desenvolveram febre, especialmente após a segunda dose, sendo que este sintoma desaparece após um dia.
Enquanto alguns pais aguardam ansiosamente a possibilidade de vacinar os seus filhos, outro, no entanto, continuam céticos.
Segundo uma investigação realizada em maio, apenas uma família de uma criança menor de 5 anos, em cada cinco (18%), queria vaciná-la o mais rápido possível.
Mesmo que os mais jovens sejam menos vulneráveis à covid-19 e o risco para estes seja reduzido, cerca de 480 crianças menores de 4 anos morreram nos Estados Unidos.
As taxas de hospitalização também aumentaram acentuadamente para esta faixa etária durante a vaga associada à variante Ómicron.
NR/HN/LUSA
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