Depressão aumenta nos adolescentes afetando 42% dos jovens

29 de Setembro 2022

Um estudo coordenado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) indica que os sintomas de depressão nos adolescentes voltaram a aumentar, afetando 42% dos inquiridos a nível nacional, foi hoje anunciado.

O estudo, desenvolvido no ano letivo 2021/22, conclui que 42,2% dos adolescentes no país apresentam “sintomatologia depressiva, afirmou a ESEnfC, que coordena o programa de prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar, Mais Contigo.

De acordo com nota de imprensa enviada à agência Lusa, é “o género feminino a denotar piores indicadores de saúde mental”.

O estudo teve por base uma amostra de 5.440 jovens, com uma média etária de cerca de 14 anos e a frequentarem mais de 150 escolas de norte a sul de Portugal (incluindo a região autónoma da Madeira).

Segundo a nota de imprensa da ESEnfC, 28,5% dos adolescentes expressaram indícios e manifestações de depressão moderados ou graves.

Segundo o coordenador do programa e docente naquela instituição do ensino superior, José Carlos Santos, citado na nota, os dados agora obtidos registam a “maior incidência de sintomatologia depressiva desde o início do Mais Contigo”, há 12 anos.

No entanto, o estudo também nota que as intervenções em contexto escolar levam a uma melhoria ao nível do bem-estar e uma diminuição da sintomatologia depressiva.

De acordo com José Carlos Santos, é necessário a saúde mental ser “uma prioridade”, com um planeamento nacional, sem perder “o olhar e práticas de proximidade”.

O trabalho que tem sido desenvolvido “apela a uma maior necessidade de presença de profissionais de saúde mental nas escolas, sejam psicólogos ou enfermeiros de saúde mental, mas também de maior interligação entre a escola e as instituições de saúde”, frisou o responsável, citado na nota de imprensa.

O coordenador do Mais Contigo salientou, ainda, a “dificuldade de prevenir os comportamentos suicidários, um comportamento complexo, multifacetado, onde as determinantes sociais têm um peso importante e onde a saúde é um dos interlocutores, mas está longe de ser o único, implicando medidas globais, criando sinergias entre os diversos ministérios, da Segurança Social, Emprego, Educação, Ensino Superior, Administração Interna e diversos organismos não governamentais”.

O programa, promovido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e pela Administração Regional de Saúde do Centro, é apoiado pela Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental.

LUSA/HN

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