O número de suicídios aumentou de cerca de 46.000 em 2020 para 47.650 em 2021, de acordo com dados preliminares do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos EUA.
A taxa de suicídio por cada 100.000 pessoas passou, assim, de 13,5 em 2020 para 14 no ano passado, o que representa um aumento de 4%.
Este crescimento foi registado sobretudo entre os homens com idades entre os 15 e os 24 anos (+8%).
Em 2000, a taxa de suicídios estava no ponto mais baixo da década anterior, tendo chegado a 10 suicídios por cada 100.000 habitantes.
Um dos fatores que contribuíram para esta descida dos números foi “o aparecimento de tratamentos para ajudar a reduzir o risco de suicídio”, explicou a médica da Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio, Jill Harkavy-Friedman.
No entanto, o número aumentou 35% até 2018, diminuindo depois cerca de 5% em 2019 e 2020.
Segundo a responsável daquela fundação, estas flutuações recentes são difíceis de interpretar.
“Teremos de olhar para a tendência de longo prazo para entender o que as taxas refletem”, disse.
O papel da pandemia da Covid-19 nestes números é particularmente complexo, já que, durante um acontecimento deste tipo, os familiares tendem a apoiar-se mais uns aos outros (o que pode ajudar a prevenir suicídios), mas isso pode não se manter ao longo do tempo, sublinha a fundação.
Os suicídios são a segunda principal causa de morte de pessoas entre os 10 e os 34 anos.
Dados de 2021 também mostram que a taxa de suicídio entre os homens é quatro vezes maior do que entre mulheres – uma tendência consistente ao longo dos anos -, o que é justificado com o facto de os homens tenderem a usar meios mais letais e terem maiores dificuldades em pedir ajuda.
Estes dados preliminares ainda não fornecem detalhes sobre a etnia ou o nível de vida das pessoas que se matam.
Recentemente, os Estados Unidos criaram uma linha telefónica direta com um número simples de três algarismos (988), para pessoas em risco.
“Identificámos os setores que permitem chegar ao máximo de pessoas em risco”, sublinhou Jill Harkavy-Friedman.
“Se conseguirmos que hospitais, serviços de urgência, proprietários de armas e centros de detenção se concentrem na prevenção de suicídios, devemos ser capazes de diminuir os números”, concluiu.
LUSA/HN
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