“Os incentivos que têm sido feitos até agora para vagas carenciadas têm provado que não são suficientes, que não servem, portanto, é não só preciso mudar a lógica dos incentivos, como também abordar muito claramente a questão da habitação em Portugal”, defendeu.
Em Évora, em declarações aos jornalistas, a coordenadora do BE frisou que é preciso “começar a ter apoios à habitação para aqueles profissionais” que é necessário que “se desloquem de umas zonas do país para outras, para garantir que em todo o país são assegurados direitos tão básicos como a saúde e como a educação”.
Por isso, como o BE considera que é preciso “abordar de uma forma clara a necessidade de apoios para habitação” dos profissionais de saúde e de educação, “para poderem deslocar-se para as zonas onde são necessários”, vai avançar com essa sugestão no OE2023: “Vamos apresentar no orçamento do estado essa proposta”.
Após reunir-se com a administração do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), Catarina Martins apontou esta unidade como exemplo da importância de fixar profissionais de saúde.
Apesar de estar em construção o novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, este só deverá estar pronto dentro de “dois anos, no mínimo”, e “é importante fixar profissionais e ter médicos e todo o pessoal de que um hospital necessita já”.
“A nossa preocupação, neste momento, é garantir mecanismos no Orçamento do Estado para fixar profissionais de saúde nas zonas carenciadas e que têm de ser diferentes dos mecanismos que foram utilizados até agora e que não conseguiram esse efeito”, enfatizou.
Para Catarina Martins, a solução tem de “apoiar toda a equipa e não só um ou outro médico, aqui e acolá”, o que “acaba por criar uma situação até de injustiça, de haver uma pessoa que recebe o dobro de todas as outras”
“Precisamos de outra forma de incentivos para as zonas carenciadas que respeitem toda a equipa”, e sobretudo de apoios à habitação, argumentou.
“Os apoios à habitação têm de entrar neste Orçamento do Estado como uma forma de fazer com que os hospitais, as escolas, tenham as pessoas de que precisam para funcionar”, sustentou.
LUSA/HN
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