Enfermeiros concentram-se em Coimbra contra decisão que afeta progressão salarial

22 de Fevereiro 2023

Cerca de duas dezenas de enfermeiros concentraram-se hoje em frente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro exigindo pagamento de retroativos em falta e correta aplicação de pontos, que tem implicação na progressão salarial.

“ARS Centro paga o que deves”, “Progressão não pode ser uma ilusão”, “Enfermeiros motivados têm de ser valorizados”, eram algumas das inscrições nos cartazes que os enfermeiros empunharam hoje de manhã junto à ARS Centro, onde entregaram uma moção reivindicativa.

Segundo o coordenador da direção regional de Coimbra do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Paulo Anacleto, a ARS Centro “é uma das múltiplas instituições do SNS (Serviço Nacional de Saúde) que não está a aplicar corretamente a atribuição de pontos aos enfermeiros”.

Na perspetiva do SEP, a “incorreta interpretação” por parte da ARS Centro nos pontos relativos à avaliação de desempenho tem consequências na progressão salarial dos enfermeiros.

“Os enfermeiros não veem a sua progressão salarial concretizada”, disse à agência Lusa Paulo Anacleto, adiantando que é necessária uma “clarificação” por parte do Ministério da Saúde, já que “as diferentes instituições têm leituras diversas sobre a atribuição de pontos”, havendo “dois pesos e duas medidas, consoante o que cada uma interpreta”.

De acordo com Paulo Anacleto, o problema inicial era a não contabilização dos pontos, e agora, há contabilização de pontos, mas sem consequências na progressão.

“Agora, contabilizam mas não pagam”, frisou.

Os enfermeiros exigem o pagamento dos retroativos em falta desde 2018, a correta aplicação dos pontos e os correspondentes reposicionamentos remuneratórios.

Na moção entregue à ARS, o SEP defende ainda a vinculação de todos os enfermeiros em situação precária, a admissão de mais enfermeiros, a abertura de concurso para fixação de todos os enfermeiros em regime de mobilidade.

“Se o Ministério da Saúde não agendar uma reunião, nós – mais do que equacionamos – estamos determinadíssimos para avançar com novas formas de luta”, realçou Paulo Anacleto.

NR/HN/Lusa

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