Fernando Ruas lamenta dívidas de hospitais aos bombeiros voluntários

9 de Novembro 2023

O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas (PSD), lamentou hoje as dívidas dos hospitais aos bombeiros voluntários e avisou que as autarquias não podem sempre dar uma resposta “quando os outros não a dão”.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião da câmara, Fernando Ruas disse que o problema do hospital de Viseu não é só o facto de a urgência em cirurgia e ortopedia estar encerrada à noite durante este mês e a via verde coronária estar inativa por 12 dias, mas também as dívidas que tem aos bombeiros.

“Confirmei com os bombeiros voluntários [de Viseu] e a dívida é significativa”, frisou o autarca, acrescentando que, até novembro, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) lhes devia 29 mil euros.

A este montante acresciam 57 mil euros do Instituto Português de Oncologia, 40 mil euros do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e quase 22 mil euros do Instituto Nacional de Emergência Médica, acrescentou.

“Então [os bombeiros voluntários] estão a fazer um trabalho [transporte de doentes] que competia a outras instituições e depois nem os encargos que têm lhes são pagos a tempo e horas? Isso é inacreditável”, considerou.

Segundo o antigo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), “o drama das autarquias neste momento” é que “têm sido, mas não podem ser sempre, a resposta quando os outros não a dão, porque se não começam todos a encostar-se” a elas.

“Quando ninguém dá resposta, o orçamento das autarquias dá para tudo? Não dá. Nós temos um conteúdo funcional que está definido e um orçamento que é para esse conteúdo funcional”, frisou.

Fernando Ruas garantiu que a câmara vai continuar a apoiar os bombeiros, mas “de forma proporcional ao que tem feito no passado”, aumentando o apoio.

“Não vamos é cobrir as despesas que um hospital não paga aos bombeiros. Não é possível”, garantiu o autarca.

Na terça-feira, a presidente da Câmara Municipal de Tondela, Carla Antunes Borges (PSD), esteve reunida com o Conselho de Administração do CHTV e abordou o tema das dívidas do hospital aos bombeiros de Tondela e do Vale de Besteiros relativas ao transporte de doentes, que rondam os 100 mil euros.

Segundo Carla Antunes Borges, “houve um compromisso de regularizar a situação de uma forma breve e célere”, o que a deixou satisfeita, porque “estas associações humanitárias não podem ser o albergue de uma gestão financeira que não acontece”.

“Não se compreende que o hospital tenha dívidas registadas há mais de um ano. Se queremos ser pessoas de boas contas temos de fazer pagamentos atempadamente”, defendeu a autarca.

LUSA/HN

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