Cabo Verde quer comunidades a liderar luta contra a Sida

1 de Dezembro 2023

Cabo Verde quer reforçar a prevenção, diagnóstico, comunicação e informação e ter as comunidades a liderar a luta contra o VIH-Sida, cuja taxa de prevalência mantêm-se nos 0,6%, com média de 400 casos anuais, disseram hoje fontes oficiais

“Nós apelamos que as comunidades assumam esta luta e liderem este processo, naturalmente, com todo o envolvimento das entidades oficiais”, afirmou o ministro de Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social cabo-verdiano, Fernando Elísio Freire.

À margem do ato central do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, sob o lema “Deixem as Comunidades Liderarem”, o governante frisou que a taxa de prevalência no país é de 0,6%, mas que o objetivo é “baixar ainda mais”.

“E temos que continuar esta luta de termos cada vez mais uma sociedade livre de SIDA e isso só é possível com o envolvimento das comunidades”, insistiu Elísio Freire, sublinhando o trabalho que tem sido feito no país para “sensibilizar e envolver cada vez mais as comunidades”.

Neste sentido, enfatizou o facto de a cerimónia oficial deste ano ter sido realizada numa escola secundária da cidade da Praia, com o objetivo de começar a trabalhar com os jovens e adolescentes “desde tenra idade” para que o país possa continuar a fazer “um bom combate”.

A secretária executiva do Comité de Coordenação do Combate à Sida (CCSSIDA) em Cabo Verde, Maria Celina Ferreira, avançou à imprensa que o país diagnostica cerca de 400 casos de Sida por ano, sendo que até setembro último tinham sido 375.

Em todo o país, a mesma responsável disse que o trabalho de prevenção primária tem sido “titânico” nas escolas e nas comunidades, com a oferta de testes de tratamento para as pessoas seropositivas, mas também de acompanhamento psicossocial e criação de condições para a realização de exames para o seguimento de carga viral.

“Hoje não basta só dar tratamento, é preciso dar tratamento, e acompanhar, para que as pessoas fiquem indetetáveis, o que significa ter carga viral suprimida e não transmitem o VIH”, referiu a secretária executiva, realçando também o trabalho que está a ser feito na promoção dos direitos humanos, tolerância, respeito e inclusão dos grupos vulneráveis.

O maior desafio no país, indicou, tem sido a vulnerabilidade socioeconómica das pessoas, agravada com o contexto e crises, mas também a insuficiência de recursos técnicos, humanos e financeiros para poder responder às necessidades.

Em Cabo Verde, a taxa de prevalência de Sida é de 0,7% nas mulheres e 0,4% nos homens, sendo que 2,3% nas pessoas com deficiência, 3,1% nos consumidores de drogas, 4,6% entre profissionais do sexo e 6,1% entre os homens que fazem sexo com homens.

NR/Lusa

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