Pelo menos 48 mil pessoas morrem por ano vítimas de VIH/Sida em Moçambique

1 de Dezembro 2023

Pelo menos 48 mil pessoas morrem anualmente em Moçambique vítimas do VIH/Sida e outras 97 mil são infetadas, segundo estimativas de 2022, anunciou hoje o ministro da Saúde moçambicano.

“Os números que aqui anunciamos não são apenas estatísticas, eles representam dor, sofrimento, mas sobretudo perda dos nossos concidadãos”, disse Armindo Tiago, durante uma cerimónia para assinalar o Dia Mundial de Combate ao Sida.

Armindo Tiago avançou ainda que 2,4 milhões de pessoas vivem com o vírus da imunodeficiência humana no país, 94% das quais são maiores de 15 anos, sendo que a taxa de transmissão vertical é de 10%.

Do total de pessoas infetadas em Moçambique, até setembro deste ano pelo menos 88% conheciam o seu estado, comparado a 36% do igual período de 2010, adiantou.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de dois milhões de pessoas com VIH/Sida estão em tratamento antirretroviral, uma doença que atinge maioritariamente mulheres entre 15 e 29 anos.

“O Programa de Combate ao Sida de Moçambique é o segundo em termos de pessoas em tratamento a nível mundial. Deveríamos celebrar, mas devemos considerar que é um trabalho árduo que podia ser evitado e, portanto, a nossa luta é garantir que não mais aumentemos esses números no futuro”, disse Armindo Tiago.

O ministro da Saúde moçambicano referiu ainda que devido a disponibilidade do tratamento antirretroviral, nos últimos 22 anos o país conseguiu evitar a morte de cerca de um milhão de pessoas e a transmissão vertical da doença em 330 mil crianças.

Para Armindo Tiago, os números resultam da expansão dos serviços de tratamento antirretroviral em 96% das unidades sanitárias do país, além do trabalho desenvolvido, entre outros, pelas comunidades, sociedade civil e profissionais de saúde.

“Sem a responsabilidade de cada um de nós estes resultados não teriam sido alcançados. A saúde é, por isso, uma responsabilidade dos indivíduos, mas sobretudo das comunidades”, referiu Tiago.

Moçambique celebra o Dia Mundial de Combate ao Sida sob o lema “Comunidade e Sociedade Civil na Vanguarda da Resposta ao VIH/Sida”, com o ministro da Saúde querendo realizar o sonho de normalizar a doença.

“O nosso sonho é tornar o VIH uma doença normal. Qualquer um de nós quando tem malária diz em público que está com malária, mas o VIH a pessoa faz o teste e fica escondido. Vamos normalizar o VIH e [isso] começa connosco”, declarou Armindo Tiago.

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