“À medida que as pessoas continuam a ser deslocadas em massa para o sul de Gaza (…), os meus parceiros da OMS e eu continuamos muito preocupados com a ameaça crescente de doenças infecciosas”, sublinhou Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa publicação na rede social X.
Tedros lembrou que algumas famílias têm sido forçadas a mudar-se várias vezes e muitas estão abrigadas em instalações de saúde sobrelotadas.
O responsável da agência da ONU alertou também que, até meados de dezembro, as pessoas que vivem em abrigos “continuaram a adoecer”, com perto de 180.000 pessoas a sofrerem de infeções respiratórias superiores.
Tedros Adhanom Ghebreyesus apontou ainda 136.400 casos de diarreia, metade destes em crianças com menos de 5 anos, 55.400 casos de piolhos e sarna, 5.330 casos de varicela, 42.700 casos de erupção cutânea, incluindo 4.722 casos de impetigo, 4.683 casos de Síndrome de Icterícia Aguda e 126 casos de meningite.
A OMS está a “trabalhar incansavelmente” com os parceiros para apoiar as autoridades de saúde “no aumento da vigilância e controlo das doenças”, com o fornecimento de medicamentos e kits de testes para apoiar a rápida deteção e resposta a doenças infecciosas como a hepatite, salientou.
Esta agência está também a tentar melhorar o acesso a serviços seguros de água, alimentação, higiene e saneamento, acrescentou.
A guerra já matou mais de 21.500 palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e provocou uma crise humanitária que deixou um quarto da população do enclave em situação de fome.
O número de mortos, divulgado pelo Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, não faz distinção entre civis e combatentes.
Os responsáveis israelitas têm rejeitado os apelos internacionais para um cessar-fogo, afirmando que tal equivaleria a uma vitória do Hamas, movimento considerado terrorista pelos países ocidentais e que Israel prometeu desmantelar.
Telavive também prometeu trazer de volta os mais de 100 reféns ainda detidos pelo Hamas desde o ataque de 07 de outubro a território israelita, o que desencadeou a guerra, e que provocou a morte a cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis.
O exército israelita confirmou que 168 militares foram mortos desde o início da ofensiva terrestre.
NR/HN/Lusa
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