No final de uma visita a uma ‘stand’ automóvel em Gondomar, no distrito do Porto, e sublinhando que este tema é de política nacional e não europeia, João Cotrim de Figueiredo afirmou, ainda assim, que as medidas apresentadas na saúde pela AD são “apenas medidas de emergência”.
“O que nós dizemos é que apresentámos há mais de um ano um projeto de reformulação estrutural do Sistema Nacional de Saúde, chamado ‘A sua Saúde’, que era bastante mais ambicioso e bastante mais estrutural do que aquilo que, aparentemente, o Governo da AD está disponível para fazer”, disse.
Para o primeiro da lista da IL, o programa de emergência para a saúde “não vai suficientemente longe no que diz respeito à redução das listas de espera, nem à atribuição de mais médicos de família aos portugueses”.
Cotrim de Figueiredo afirmou que as medidas da IL para a saúde “contrastam com as soluções mais ou menos de retalho e de remendo” da AD.
Por isso, o candidato liberal frisou que é importante “assumir de uma vez por todas” que o Sistema Nacional de Saúde (SNS), tal como está, não vai conseguir corresponder às necessidades dos portugueses que são cada vez maiores devido às pressões demográficas.
“Não vai conseguir, se não mudar estruturalmente a forma como está concebido”, vincou.
Na opinião do cabeça de lista da IL, se “não se vai à causa estrutural” dos problemas do SNS, “mais cedo ou mais tarde” esses problemas vão voltar a ser discutidos e “muitas vezes em situações piores”.
O primeiro-ministro anunciou hoje que o programa de emergência para a saúde pretende esgotar os recursos do SNS até ao limite, mas conta também com os setores social e privado de forma complementar.
“Este plano de emergência e transformação na saúde vai esgotar, até ao limite do que é possível, a capacidade do Estado, seja no aproveitamento dos recursos humanos, seja no aproveitamento de todas as unidades de saúde”, afirmou Luís Montenegro na apresentação das medidas para o setor aprovadas hoje em Conselho de Ministros.
Em conferência de imprensa, o chefe do executivo assegurou que o “Governo não faz da gestão da área da saúde uma questão ideológica”, salientando que, quando a capacidade do SNS se esgotar, os “cidadãos não podem ficar privados do acesso aos cuidados de saúde que precisam e merecem”.
Mais tarde, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, o deputado da IL Mário Amorim Lopes criticou o Governo por não “incluir o setor social e o setor privado” desde já como recursos, alegando que “há muito que o SNS esgotou a sua capacidade”.
Em termos gerais, o deputado da IL considerou que este Plano de Emergência e Transformação na Saúde “está muito focado nas medidas de emergência, mais imediatistas”, mas “na parte estrutural claramente falha, portanto, transformação só mesmo no título”.
Quanto ao sistema para referenciar para outras unidades doentes em lista de espera no SNS, pediu que “essa referenciação seja feita logo à partida”, argumentando que “os hospitais sabem quais são os seus tempos médios de resposta”.
Mário Amorim Lopes também considerou que o objetivo de contratar 100 psicológicos para os centros de saúde “é escasso” e “não vai certamente acudir a todas as necessidades”.
LUSA/HN
0 Comments