Operados oito doentes com cirurgia robótica nos Hospitais da Universidade Coimbra

18 de Julho 2024

Os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) realizaram, nos últimos dias, as primeiras oito cirurgias com recurso a um sistema de robótica, que permite que os procedimentos sejam “menos invasivos e mais precisos”, foi hoje anunciado.

“É um sistema que permite procedimentos minimamente invasivos, melhorando a precisão cirúrgica e reduzindo a recuperação dos doentes”, revelou o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, Alexandre Lourenço.

Durante a apresentação do Programa de Cirurgia Robótica HUC, Alexandre Lourenço informou que as primeiras duas cirurgias com recurso a robótica foram realizadas na sexta-feira, na área da urologia.

Na quarta-feira foram realizadas mais duas em cirurgia geral e, durante o dia de hoje, outras três na ginecologia.

Segundo o presidente da ULS de Coimbra, o programa de cirurgia robótica é “uma ambição muito grande da instituição há vários anos”, tendo a aquisição do sistema Da Vinci Xi representado um investimento de dois milhões de euros, acrescidos de consumíveis cirúrgicos para 2024 num valor superior a um milhão de euros.

As áreas cirúrgicas que estão abrangidas pelo programa de cirurgia robótica são a urologia, cirurgia geral, ginecologia, ortopedia e neurocirurgia.

“O sistema Da Vinci foi colocado nas instalações em maio, as equipas estiveram em formação e estamos a falar de um impacto na urologia, cirurgia geral e ginecologia. Para além de tudo, é um equipamento topo de gama, que tem um modo adicional de aprendizagem, com impacto na formação pré e pós-graduada”, referiu.

Já o diretor do Serviço de Urologia, Arnaldo Figueiredo, onde tiveram lugar as duas primeiras intervenções com recurso a este sistema de cirurgia robótica, informou que as cirurgias “decorreram sem a mínima perturbação e complicação”.

“Podemos afirmar que foram um sucesso”, sustentou, evidenciando “as vantagens reconhecidas” desta prática, embora garanta que não se trata “de uma revolução no sentido de alterar aquilo que são os fundamentos da prática cirúrgica da prática médica”.

“É uma evolução importante, muito bem-vinda e que traz acrescentos, mas o essencial daquilo que são as referências da prática cirúrgica continuam os mesmos: uma boa indicação operatória, uma equipa multidisciplinar, com médicos com enfermeiros, com cirurgiões e anestesistas, que estejam aptos para tomar as melhores decisões e produzir os melhores efeitos”, ressalvou.

No seu entender, as peças fundamentais nesta cirurgia continuam a ser o cirurgião, anestesista, enfermeiro e outros envolvidos, que continuam a determinar o que é feito, mas há ganhos “em termos de menor invasibilidade e de menor fineza nos gestos”

O diretor do Serviço de Cirurgia Geral, Guilherme Tralhão, indicou que as três intervenções de quarta-feira decorreram sem incidentes, com dois doentes a terem alta durante o dia de hoje e um outro na sexta-feira.

“Começámos pelos casos mais simples, por uma questão de treino e habituação a esta nova abordagem. O programa está votado ao sucesso, é uma mais-valia, por ser melhor para os doentes e motivador para profissionais e instituição”, garantiu.

Esta é uma mais-valia que poderá ampliar o número de doentes a beneficiar desta abordagem, tendo vantagens em áreas como as neoplasias do reto, cirurgias do pâncreas e recessões hepáticas, acrescentou.

A diretora do Serviço de Ginecologia, Fernanda Águas, assinalou a importância da nova técnica em cirurgias mais complexas, “onde o robô é uma mais-valia”.

“Este programa trouxe uma lufada de ar fresco aos profissionais, onde todos se empenharam imenso no programa de treino e adaptação aos equipamentos, embora estejamos a falar de cirurgiões experientes”, alegou.

Até ao início de 2025, a instituição pretende ainda adquirir um sistema de cirurgia assistida por braço robótico, no valor de dois milhões de euros.

Está também prevista a aquisição de sistemas de navegação por imagem, também no valor de dois milhões de euros.

LUSA/HN

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