“Luís Montenegro tem aqui uma oportunidade única de fazer uma remodelação no Governo antes da votação final do Orçamento do Estado, que permita mudar estes ativos tóxicos que o Governo ainda tem, e chegar à votação final na especialidade do Orçamento numa outra situação de maior equilíbrio político”, defendeu.
Em conferência de imprensa na sede do Chega, em Lisboa, um dia depois de ter considerado que o primeiro-ministro deveria avaliar a continuidade de Ana Paula Martins no Governo, André Ventura defendeu que a ministra da Saúde “não deve continuar em funções no Governo porque se tornou um fenómeno de instabilidade, de falta de resposta e de intransigência, numa área em que era preciso humanidade, firmeza e resposta”.
“A senhora ministra imperdoável está numa situação política insustentável, precisamente porque foi avisada, porque soube do que podia acontecer, porque sabia da situação no INEM, porque não podia desconhecê-la e, mesmo assim, nada fez para a resolver e apenas o fez quando já a pressão pública estava no ar e era fundamental travar esta greve”, criticou.
O líder do Chega considerou que se a ministra se mantiver em funções “transmitirá ao país uma sensação de instabilidade e de receio” e “gerará enorme desconfiança não só nos operadores hospitalares, como nos diversos operadores da saúde”.
Sustentando que “a saúde não se trata igual a outras áreas”, André Ventura apelou ao primeiro-ministro que “a resposta que venha a ser dada na sequência destas mortes não voltem a ser medidas de contingência”.
“A saúde não precisa de mais pensos, nem de medidas de contingência, a saúde precisa de coragem para reformas fundamentais, que vão desde as horas extraordinárias e da sua justiça, até à resolução de carreiras que são das piores pagas comparativamente na Europa. Portugal não pode ter os impostos que tem e ter dos técnicos de emergência hospitalar, bem como dos auxiliares, bem como de enfermeiros, mais mal pagos da Europa. Não faz sentido e é legítimo e natural que protestem”, afirmou.
O presidente do Chega afirmou que a ministra “devia tomar essa decisão ela própria” mas, se não tiver “esse bom senso”, caberá ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, afastar a governante.
Além da ministra da Saúde, Ventura pediu também a demissão da ministra da Administração Interna, justificando que Margarida Blasco “não só continua persistentemente a cometer erros, como vai contra aquilo que o próprio Governo defende, como ainda agora na questão da greve das polícias”.
LUSA/HN
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